Crise climática: pequenos negócios lutam para se adaptar e sobreviver no brasil

A crise climática se intensifica e as micro e pequenas empresas (MPEs) no Brasil sentem o impacto direto. Uma pesquisa recente revela que a maioria já enfrentou as consequências de eventos climáticos extremos, como secas, enchentes, tempestades e ondas de calor, e precisou se adaptar para manter suas operações.
O estudo aponta que 63% das MPEs brasileiras já sofreram com eventos climáticos. Diante desse cenário, 93% dos empreendimentos afetados adotaram medidas emergenciais para garantir a continuidade de seus negócios. Entre as ações mais comuns estão a captação e o reuso de água, além da construção de reservatórios, evidenciando a preocupação com a gestão dos recursos hídricos.
Apesar da prontidão em responder aos problemas, a pesquisa indica que a maioria das empresas ainda age de forma reativa, sem um planejamento estratégico de longo prazo. Apenas 18% possuem processos formais de gestão de risco e 64% não contam com um plano de adaptação.
No entanto, o estudo também revela um caminho promissor. Empresas que receberam consultoria ou capacitação demonstraram maior capacidade de resposta: 95% adotaram ações de mitigação, 83% melhoraram seus processos e 74% conseguiram reduzir custos ou aumentar a eficiência. Esses dados reforçam a importância do apoio técnico para fortalecer a resiliência dos pequenos negócios frente às mudanças climáticas.
Os pequenos negócios representam uma parcela significativa da economia brasileira, sendo responsáveis por grande parte dos empregos formais. Diante do seu papel fundamental, especialistas defendem a necessidade de políticas públicas direcionadas, que ofereçam apoio técnico e ferramentas adequadas para uma transição mais justa e eficaz.
Além das medidas relacionadas à água, as empresas relatam outras iniciativas como o reforço de estruturas físicas, a reorganização da logística e a instalação de sistemas de refrigeração. A pesquisa revela, no entanto, que 72% das empresas não realizam avaliação formal de riscos climáticos, o que dificulta a implementação de medidas preventivas.
A mitigação das mudanças climáticas, embora ainda em ritmo lento, apresenta sinais promissores. Uma parcela das empresas tem investido em eficiência energética, adotado fontes de energia renováveis e promovido ações de conservação ambiental. Contudo, a maioria ainda não monitora suas emissões de gases de efeito estufa e não estabelece metas formais de redução.
O acesso ao crédito verde também se mostra um desafio para os pequenos negócios. Apenas uma pequena porcentagem das empresas conseguiu obter financiamento para projetos sustentáveis. A burocracia, as altas taxas de juros e a falta de informação são apontadas como os principais obstáculos. Ampliar o acesso ao crédito climático é considerado essencial para que os pequenos negócios possam contribuir ativamente para a construção de um futuro mais sustentável.
Fonte: agenciasebrae.com.br


