De 28 mil a 2 bilhões: ascensão meteórica da shopper no brasil
A história da Shopper, um dos maiores supermercados digitais do Brasil, ilustra como um pequeno começo pode pavimentar o caminho para um grande sucesso. Fundada em 2015 por Bruna Vaz e Fábio Rodas, a empresa surgiu com um capital inicial de R$28 mil e um objetivo ambicioso: transformar a forma como os brasileiros fazem compras.
Os fundadores se conheceram durante um projeto social na faculdade, onde perceberam o potencial do empreendedorismo para gerar impacto. Essa experiência os motivou a criar algo maior. Em um cenário onde o e-commerce de alimentos ainda estava em seus primeiros passos no Brasil, eles lançaram a Shopper, adotando um modelo focado em compras recorrentes e eficiência operacional.
Nos primeiros meses, a empresa testou a receptividade do público criando um site falso. Ao constatar o interesse dos consumidores, o desafio seguinte foi obter recursos para expandir. Sem capital de investidores, a estratégia foi o “boca a boca” e o trabalho árduo. A dupla distribuía panfletos em feiras nos fins de semana e entregava os pedidos durante a semana. Essa fase inicial, apesar das dificuldades, ajudou a moldar a cultura da empresa, com foco em austeridade e otimização de recursos.
A busca por investidores, no entanto, não foi fácil. Inicialmente, a empresa enfrentou diversas negativas. Mas essa dificuldade inicial acabou se mostrando benéfica, forçando a empresa a buscar eficiência em todas as áreas.
Em 2019, a situação se reverteu. O fundo soberano de Singapura (GIC), o ex-CEO da Renner, José Galló, e a Minerva Foods se tornaram investidores. Mais recentemente, o iFood se juntou ao grupo como investidor estratégico, consolidando a Shopper como um importante player no varejo digital.
Atualmente, a Shopper atende mais de 130 cidades, conta com mais de 2 mil funcionários e oferece um catálogo de 12 mil produtos, o dobro de um supermercado tradicional. Para Bruna Vaz, o segredo do sucesso reside na simplicidade: “Nosso foco sempre foi entregar o que o cliente pediu, na data certa, sem ruptura. Parece simples, mas é o que fideliza”.
