Dona do chatgpt enfrenta desafios para se tornar lucrativa até 2030

Compartilhe

Ainda sem abrir capital, a OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, tem provocado discussões sobre uma possível bolha no mercado de inteligência artificial, mesmo com o desempenho positivo da Nvidia. A questão crucial é como a OpenAI conciliará a demanda por capacidade de computação do ChatGPT, que depende de data centers, com um modelo de negócios que a torne lucrativa.

Um banco de investimento avalia que, embora acredite no potencial da IA e na liderança da OpenAI em termos de receita, a empresa enfrenta desafios financeiros consideráveis para concretizar suas ambições.

A projeção é que a OpenAI não alcance a lucratividade até 2030, mesmo que sua base de usuários atinja cerca de 44% da população adulta global, um aumento significativo em relação aos 10% de 2025. Além disso, a empresa necessitará de aproximadamente US$ 207 bilhões adicionais em poder computacional para suportar seus planos de expansão. Essa análise considera os crescentes custos de infraestrutura, o aumento da concorrência e a demanda e uso de capital no mercado de IA.

A avaliação considera os recentes compromissos da OpenAI com computação em nuvem, incluindo acordos de US$ 250 bilhões com a Microsoft e US$ 38 bilhões com a Amazon. Esses acordos não vieram acompanhados de novas injeções de capital e fazem parte de uma série de expansões de capacidade que elevam a meta da OpenAI para 36 gigawatts de poder computacional de IA até o final da década.

Publicidade

Estima-se que um gigawatt possa abastecer aproximadamente 750 mil residências, o que significa que a OpenAI precisará de eletricidade em uma escala comparável à de um estado de grande porte.

A projeção é de que o fluxo de caixa livre cumulativo da OpenAI até 2030 ainda será negativo, resultando em uma lacuna de financiamento de US$ 207 bilhões, que deverá ser coberta por meio de dívida, capital ou estratégias de geração de receita mais agressivas.

Analistas estimam que os custos de infraestrutura de nuvem e IA da OpenAI alcancem US$ 792 bilhões entre o final de 2025 e 2030, com compromissos totais de computação atingindo US$ 1,4 trilhão até 2033. Apenas com o aluguel de data centers, a empresa terá um custo de US$ 620 bilhões.

Publicidade

Apesar do crescimento rápido das receitas projetadas, que devem ultrapassar US$ 213 bilhões em 2030, elas não serão suficientes para cobrir a lacuna financeira. As projeções de receita consideram um aumento na proporção de assinantes pagos e a possibilidade de os provedores de modelos de linguagem capturarem parte do mercado de publicidade digital.

Entre as alternativas para obter o capital necessário, estão aumentar significativamente a proporção de assinantes pagos, capturar uma fatia maior dos gastos com publicidade digital ou extrair eficiências operacionais. Mesmo em cenários otimistas, a empresa ainda precisará de novo capital após 2030.

A sobrevivência da OpenAI está intrinsecamente ligada a seus financiadores e ao ecossistema de IA. Microsoft e Amazon, além de fornecedoras de nuvem, são grandes investidoras, e outras empresas como Oracle, Nvidia e AMD têm um grande interesse no futuro da OpenAI.

Os riscos incluem modelos de receita ainda não comprovados, possível saturação do mercado de assinaturas de IA, ameaça de fiscalização regulatória e a necessidade de injeções de capital significativas.

Publicidade

Uma opção seria a OpenAI levantar mais empréstimos para financiar suas necessidades de computação, embora isso possa ser desafiador nas condições atuais do mercado.

Compartilhe