Economia dos eua surpreende e brasil recebe impulso fiscal, aponta xp asset
A economia dos Estados Unidos demonstra resiliência, superando as expectativas de desaceleração e mantendo um ritmo de crescimento surpreendentemente forte. A avaliação é da XP Asset, que destaca a aceleração observada no segundo trimestre, após um início de ano considerado mais fraco. Revisões recentes de dados indicam um desempenho ainda mais robusto da economia americana.
As projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foram revistas para cima, situando-se entre 3% e 4%, o que sugere que a economia do país não apresenta sinais significativos de desaceleração.
Apesar das expectativas de eventuais cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o cenário permanece incerto. A XP Asset ressalta que o presidente do Fed, Jerome Powell, adotou uma postura cautelosa, evitando garantias sobre novas reduções nas taxas em dezembro. O mercado, que anteriormente antecipava cortes mais agressivos, agora direciona suas expectativas para 2026, refletindo a incerteza em relação à política monetária americana.
Outro ponto de atenção destacado pela XP Asset é o componente político relacionado à liderança do Fed, com três diretores disputando a presidência da instituição.
O mercado de trabalho americano também se mantém sólido, sem indícios de deterioração estrutural, segundo a avaliação da gestora. A moderação nas contratações observada recentemente é atribuída a fatores pontuais, como a redução da imigração ilegal e os impactos das tarifas comerciais, e não a uma fragilidade da economia. A XP Asset minimiza o impacto direto da inteligência artificial no PIB americano, enfatizando que o principal motor do consumo é o “efeito riqueza”, impulsionado pela valorização das ações.
No cenário doméstico, a XP Asset avalia que a economia brasileira mantém uma trajetória positiva, embora com um crescimento mais moderado. O terceiro trimestre deve apresentar um ritmo mais equilibrado, após um início de semestre menos favorável, impulsionado por dados positivos observados em agosto e setembro. A melhoria do ambiente externo e a redução das tensões tarifárias entre Brasil e Estados Unidos também contribuíram para essa retomada.
O segundo semestre deve ser impulsionado pelo aumento dos gastos públicos. Após uma contração real no primeiro semestre, o Governo Federal deve expandir as despesas em cerca de 10% acima da inflação, o que representa um estímulo fiscal relevante e capaz de sustentar o crescimento da atividade até o final do ano.
Em relação à taxa básica de juros do Brasil (Selic), a XP Asset mantém a expectativa de que o Banco Central deve manter a taxa estável por um período prolongado. A gestora considera que não há ganhos significativos em antecipar cortes nas taxas de juros neste momento, e o cenário de inflação controlada, mas ainda acima da meta, reforça uma postura mais cautelosa por parte da autoridade monetária.
As projeções da XP Asset indicam que a inflação deve encerrar o ano em torno de 3,3% a 3,4%. A avaliação é que o quadro de preços permanece benigno no curto prazo, enquanto as expectativas de médio prazo continuam a melhorar, embora ainda demandem atenção.





