Efeito da inflação: preço do celta dispara após duas décadas

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A inflação, definida pelo IBGE como o aumento generalizado dos preços de bens e serviços ao longo do tempo, impacta diretamente o poder de compra da população. Em um país como o Brasil, com um histórico de altas taxas inflacionárias, essa corrosão do poder aquisitivo se torna ainda mais evidente. Para ilustrar esse efeito, tomemos como exemplo o Chevrolet Celta, um carro popular lançado no mercado nacional em setembro de 2000.

O Celta foi concebido como um veículo acessível, voltado para o grande público. Suas primeiras versões caracterizavam-se pela simplicidade, tanto no design da cabine quanto na motorização, com um motor 1.0 de 60 cavalos. O carro também se destacava pela ausência de equipamentos e itens de segurança considerados básicos hoje em dia. Modelos iniciais não dispunham de airbags, conta-giros, rádio, iluminação no painel ou vidros elétricos.

Apesar das limitações, o Celta representava um avanço para a época, oferecendo recursos como sistema de ventilação, porta-objetos e um indicador digital do nível de combustível. Esses atributos, combinados ao preço competitivo, contribuíram para o sucesso do modelo no mercado brasileiro.

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Na época do lançamento, o Chevrolet Celta custava R$ 13.390,00. Contudo, esse valor, que atualmente parece irrisório, sofreu alterações significativas ao longo dos anos devido à inflação. Aplicando-se os índices de correção monetária acumulados desde 1994 (IPCA), o preço original do veículo experimentaria um aumento notável.

Atualmente, o Celta custaria R$ 83.126,16, um valor mais de seis vezes superior ao preço de lançamento. Essa quantia supera em quase R$ 10 mil o preço do carro mais barato comercializado no Brasil atualmente: o Citroën C3 Live 1.0, cujo valor gira em torno de R$ 73.500. O exemplo do Celta ilustra o impacto da inflação ao longo do tempo, evidenciando como o valor do dinheiro se deteriora e como bens antes considerados acessíveis se tornam proporcionalmente mais caros.

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