Empresas globais recalibram custos tarifários nos eua após acordos

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Empresas em todo o mundo estão revisando suas estimativas de custos relacionados às tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Anteriormente, essas empresas haviam projetado um impacto de mais de US$ 35 bilhões devido às tarifas americanas. No entanto, com a evolução do cenário comercial e a celebração de novos acordos, muitas companhias estão otimistas e ajustando suas previsões para baixo.

As tarifas impostas durante o governo Trump elevaram as taxas dos EUA a patamares não vistos desde a década de 1930. A ameaça constante de novas tarifas gerou incerteza no mercado global. Contudo, o cenário começa a clarear, permitindo que executivos avaliem os custos com maior precisão e planejem estratégias, incluindo possíveis ajustes de preços.

Uma análise recente de declarações corporativas e registros regulatórios revelou que as empresas esperavam um impacto financeiro combinado de US$ 21 bilhões a US$ 22,9 bilhões para 2025, com um impacto de quase US$ 15 bilhões calculado para 2026. O total de mais de US$ 35 bilhões se compara aos US$ 34 bilhões registrados anteriormente, logo após as tarifas de abril.

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Apesar do aumento geral, impulsionado em grande parte por uma estimativa de US$ 9,5 bilhões de uma única empresa, a Toyota, muitas outras empresas reduziram suas projeções iniciais. Essa revisão para baixo é resultado dos acordos comerciais que o governo americano firmou com a União Europeia e o Japão, que resultaram em tarifas mais baixas.

Empresas do setor de bebidas destiladas, como Remy Cointreau e Pernod Ricard, diminuíram suas estimativas após o acordo com a UE. A Sony também reduziu sua previsão em agosto. Além disso, foram abertas algumas exceções, como no caso do Brasil, onde apenas cerca de um terço das exportações enfrenta uma tarifa de 50%.

O presidente-executivo da Stellantis, Antonio Filosa, afirmou que as tarifas estão se tornando mais claras e que a empresa está preparada para gerenciá-las como mais uma variável em sua equação de negócios. A Stellantis anunciou um investimento de US$ 13 bilhões em fabricação nos EUA.

De acordo com Andrew Wilson, da Câmara de Comércio Internacional, há uma sensação de que se chegou a um ponto de estabilidade com alguns acordos comerciais bilaterais. No entanto, ele ressalta que ainda haverá complexidade e incerteza no cenário comercial global.

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Embora tenha aventado a possibilidade de tarifas adicionais sobre a China, o governo americano reconheceu que tais medidas seriam insustentáveis e culpou Pequim pelas tensões nas negociações comerciais.

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