ETF de Renda Fixa: O que é, e como funciona

Nos últimos anos, os investidores têm buscado cada vez mais formas de diversificar suas carteiras, buscando segurança e rentabilidade. Uma das alternativas mais interessantes que surgiu é o ETF de Renda Fixa, que proporciona uma combinação entre Renda Fixa e Renda Variável, criando uma oportunidade para ampliar a diversificação sem abrir mão da segurança.

O mercado financeiro está em constante evolução, e produtos como os ETFs surgem para atender a demanda por opções que aliem praticidade e eficiência.

Neste artigo, vamos explicar o que são os ETFs de Renda Fixa, como eles funcionam, suas vantagens e desvantagens, e o que você precisa saber antes de investir nesse tipo de produto.

O que é ETF?

Os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimento que buscam replicar o desempenho de um índice de mercado, como o Ibovespa ou o S&P 500, sendo negociados diretamente na Bolsa de Valores. A principal vantagem do ETF é a diversificação, já que, ao investir em uma única cota, o investidor acaba aplicando em diversos ativos que compõem o índice de referência.

Além disso, os ETFs se destacam pela acessibilidade, pois há opções de cotas com valores variados, permitindo que investidores com diferentes perfis e orçamentos possam participar. É possível investir em ETFs de forma prática e sem grandes dificuldades, utilizando plataformas de bancos ou de corretoras, o que torna o processo mais simples e rápido.

O que são os ETFs de Renda Fixa?

Antes de entender como funcionam os ETFs de Renda Fixa, é importante saber o que são os ETFs, em geral. ETFs (Exchange Traded Funds) são Fundos de Investimento negociados na Bolsa de Valores, que têm como objetivo replicar o desempenho de um índice de mercado, como o Ibovespa ou o S&P 500.

Ao investir em um ETF, o investidor adquire cotas do fundo, que, por sua vez, investe em ativos que compõem o índice de referência. No caso dos ETFs de Renda Fixa, o princípio é o mesmo. Esses fundos visam replicar a rentabilidade de índices que seguem o desempenho de títulos de Renda Fixa, como títulos públicos ou privados.

Esses índices, também conhecidos como benchmarks, funcionam como uma referência para o comportamento do mercado de Renda Fixa. A principal vantagem desse modelo é que ele oferece uma forma simples de acessar uma carteira diversificada de ativos de Renda Fixa, sem a necessidade de comprar cada título individualmente.

Como funcionam os ETFs de Renda Fixa?

Assim como qualquer ETF, o ETF de Renda Fixa é negociado na Bolsa de Valores. Ele é composto por uma carteira de ativos relacionados à Renda Fixa, e seu objetivo é replicar o desempenho de um índice específico. O investidor compra cotas desse fundo, tornando-se um cotista e, portanto, tendo acesso aos títulos de Renda Fixa que compõem o portfólio do índice.

Um dos grandes atrativos desse tipo de ETF é a diversificação. Com uma única cota, o investidor adquire uma parcela de diversos títulos de Renda Fixa, o que ajuda a reduzir o risco da carteira. Além disso, os ETFs de Renda Fixa apresentam taxas de administração mais baixas em comparação aos fundos tradicionais, tornando-se uma opção atraente para quem busca um investimento de baixo custo.

Entretanto, como qualquer investimento, há riscos envolvidos. Embora o ETF de Renda Fixa proporcione a segurança típica dos títulos públicos e privados, suas cotas são negociadas como ativos de Renda Variável, o que implica em oscilações de preços. Por isso, o investidor deve estar ciente de que, embora o rendimento do fundo seja influenciado pelas variações dos índices de Renda Fixa, o valor das cotas pode subir ou descer ao longo do tempo.

Vantagens e desvantagens dos ETFs de Renda Fixa

Os ETFs de Renda Fixa oferecem diversas vantagens para quem busca diversificação, baixo custo e liquidez. Abaixo, destacamos as principais vantagens e desvantagens desse produto:

Vantagens:

Diversificação: Ao comprar uma única cota de ETF, o investidor tem acesso a uma carteira de ativos de Renda Fixa, o que reduz o risco individual de cada título.

Taxas de administração menores: Comparados aos fundos tradicionais, os ETFs possuem taxas de administração mais baixas, o que gera uma economia para o investidor.

Liquidez: As cotas são negociadas na Bolsa de Valores, permitindo que o investidor compre e venda a qualquer momento, com crédito no dia seguinte.

Baixo valor inicial: É possível começar a investir em ETFs de Renda Fixa com um valor acessível, sem precisar de grandes aportes.

Facilidade de acompanhamento: O investidor pode acompanhar facilmente as alterações na composição do fundo, dado que as informações sobre os ativos que compõem o ETF estão disponíveis publicamente.

Desvantagens:

Sem cobertura do FGC: Os ETFs de Renda Fixa não são cobertos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), o que significa que, em caso de falência do fundo, o investidor não terá a proteção que um título de Renda Fixa tradicional teria.

Oscilação de preços: Como os ETFs são produtos de Renda Variável, as cotas podem sofrer flutuações de preço, o que pode gerar risco de perdas no curto prazo.

Imposto de Renda: O investidor deve pagar Imposto de Renda sobre os lucros obtidos na venda das cotas, sendo que o imposto não é retido na fonte e deve ser recolhido pelo próprio investidor.

Quais são os riscos dos ETFs de renda fixa?

Ao considerar o investimento em ETFs de renda fixa, é essencial entender os riscos envolvidos. Embora esses fundos sejam geralmente mais seguros do que os ETFs de renda variável, eles ainda apresentam alguns desafios que merecem atenção antes de realizar qualquer aplicação.

Os ETFs de renda fixa estão sujeitos às variações do índice que acompanham, o que significa que o valor das cotas pode ser impactado pelas flutuações desses índices.

Dependendo do tipo de título em que o ETF investe, como títulos públicos ou debêntures corporativas, o desempenho do fundo pode ser afetado por mudanças nas taxas de juros, na inflação ou até mesmo por eventos econômicos imprevistos. Essas variações podem gerar perdas em momentos de instabilidade no mercado.

Outro risco importante associado aos ETFs de renda fixa é o risco de crédito. Esse risco está relacionado à possibilidade de o emissor de um título não cumprir com suas obrigações de pagamento, seja devido a inadimplência ou outras dificuldades financeiras. Caso isso aconteça, o ETF pode sofrer perdas significativas, uma vez que a renda fixa não está completamente isenta de falhas por parte dos emissores.

No entanto, essa exposição ao risco de crédito tende a ser menor quando o ETF investe em títulos públicos, que têm a garantia do Governo Federal. Esse tipo de investimento é considerado mais seguro, com risco de crédito muito baixo, mas ainda assim não livre de outros fatores que podem influenciar o desempenho.

É importante destacar que, apesar desses riscos, os ETFs de renda fixa geralmente oferecem um grau de diversificação significativo, o que ajuda a mitigar os impactos negativos de um possível calote de um emissor. Em vez de investir em um único título, o fundo distribui os recursos entre diversos ativos, o que reduz a chance de grandes perdas.

Essa diversificação é um dos principais mecanismos de proteção dentro desses fundos, oferecendo uma camada extra de segurança para o investidor. Além disso, muitos ETFs de renda fixa se concentram em títulos com baixo risco, proporcionando uma opção mais segura para aqueles que buscam estabilidade.

Tributação dos ETFs de Renda Fixa

Um dos grandes atrativos dos ETFs de Renda Fixa é a tributação simplificada. Ao contrário dos Fundos Tradicionais, que possuem a taxa de come-cotas, os ETFs de Renda Fixa não são sujeitos a esse imposto, que incide nos meses de maio e novembro.

A tributação do Imposto de Renda sobre os ETFs de Renda Fixa é de 15% sobre o rendimento, independentemente do prazo de aplicação, o que pode ser vantajoso quando comparado aos fundos de Renda Fixa tradicionais, cujas alíquotas podem começar em 22,5% e cair progressivamente com o tempo.

Essa taxa de 15% é fixa, proporcionando uma maior previsibilidade para o investidor e tornando os ETFs de Renda Fixa uma opção atraente para quem busca simplicidade e custos reduzidos.

Principais ETFs de Renda Fixa

Veja os principais ETFs de Renda Fixa, destacando suas características, objetivos e como podem ser vantajosos para quem deseja investir de forma mais eficiente no mercado de renda fixa.

  • DEBB11: Lançado em 2022, o DEBB11 tem o objetivo de investir em debêntures corporativas. Esse fundo segue o índice Teva Debêntures DI, com rebalanceamento mensal de sua carteira. Ele busca replicar o desempenho das dívidas corporativas de empresas de diferentes setores.
  • B5MB11: Criado em 2019, o B5MB11 segue o índice IMA-B 5+, composto principalmente por NTN-B, ou títulos do Tesouro Direto atrelados à inflação. O objetivo do fundo é refletir a performance do índice, aplicando 95% de seu patrimônio em ativos do índice. A taxa de administração é de 0,20% ao ano.
  • B5P211: Este fundo é voltado para títulos de curto prazo, especialmente as NTN-B com vencimentos de até 5 anos. Seu foco é o índice IMA-B5, da Anbima, com uma política de investimentos semelhante à do B5MB11. A taxa de administração é de 0,20%.
  • FIXA11: O FIXA11 é um fundo atrelado ao S&P/BM&F Índice de Futuros de Taxa de Juros DI 3 anos. Através deste fundo, o investidor se expõe ao mercado de contratos futuros da taxa DI, com maior volatilidade. A taxa de administração é de 0,30%.
  • IB5M11: O IB5M11 tem como objetivo replicar o IMA-B5+ e investe principalmente em títulos NTN-B de prazos superiores a 5 anos. Esses investimentos são ideais para quem busca proteção contra a inflação a longo prazo. A taxa de administração é de 0,25%.

ETFs de Renda Fixa no Brasil

A B3 oferece uma gama de ETFs de Renda Fixa com diferentes estratégias de investimento. Abaixo, listamos alguns dos principais produtos disponíveis, que cobrem desde títulos públicos até títulos de crédito privado.

ETF
Código
BTG Debêntures DI
DEBB11
ETF Bradesco IMA-B5+
B5MB11
IT Now IMA-B5 P2
B5P211
Mirae Asset Renda Fixa Pré
FIXA11
IT Now IMA-B5+
IB5M11
ETF Bradesco IMA-B
IMBB11
IT Now ID IMA-B
IMAB11
IT Now IRF-M P2
IRFM11
Índice Teva Tesouro Selic
LFTS11

ETFs de Renda Fixa Internacional na B3

Além dos ETFs nacionais, a B3 também oferece a oportunidade de investir em ETFs de Renda Fixa internacional, proporcionando aos investidores brasileiros o acesso a mercados globais de títulos, como os EUA e a Europa. Esses fundos oferecem diversificação, mas também estão sujeitos a riscos cambiais e de crédito.

ETF
Código
Investo Bloomberg Global Aggregate Ex-USD
BNDX11
Investo Bloomberg US Bond
USDB11

Como escolher e aplicar em ETF de renda fixa?

Diferentemente dos fundos tradicionais, os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de índice que são negociados diretamente na bolsa de valores, o que oferece uma série de vantagens, como a facilidade de compra e venda, custos mais baixos e a diversificação da carteira.

Mas, antes de tomar qualquer decisão de investimento, é importante saber como escolher e aplicar nos ETFs de renda fixa, alinhando-os com os seus objetivos e perfil de investidor. Vamos abordar de forma detalhada como realizar essas escolhas de maneira eficiente.

1. Escolha do ETF de Renda Fixa

Antes de aplicar em um ETF de renda fixa, é fundamental que você tenha clareza sobre os seus objetivos de investimento e seu perfil de risco. Esses dois fatores irão determinar qual tipo de ETF será mais adequado para você. Objetivos bem definidos, como a segurança no longo prazo ou a busca por uma rentabilidade consistente, são essenciais para selecionar o produto certo.

A partir disso, o próximo passo é avaliar seu perfil de investidor. Se você é mais conservador, por exemplo, deve priorizar ETFs que busquem indexadores ligados a títulos públicos de renda fixa com baixo risco, como o Tesouro Selic. Já os investidores com maior tolerância ao risco podem optar por ETFs que sigam índices de títulos corporativos ou renda fixa com maior volatilidade.

2. Análise detalhada da carteira do ETF

Após definir os seus objetivos e perfil, o próximo passo é analisar detalhadamente a carteira do ETF. Isso envolve a verificação dos índices que o fundo segue, como IPCA, Selic ou CDI, e entender como ele distribui seus recursos entre os diferentes ativos.

Alguns ETFs podem ter uma carteira composta majoritariamente por títulos públicos da renda fixa, enquanto outros podem incluir títulos corporativos ou debêntures, que oferecem uma rentabilidade potencialmente maior, mas também apresentam um risco mais elevado. Portanto, ao escolher um ETF, verifique cuidadosamente quais são os produtos que fazem parte da carteira do fundo, pois isso impactará diretamente no retorno e na volatilidade do investimento.

Passos para aplicar em um ETF de Renda Fixa

Com o perfil de investidor e os objetivos definidos, e a análise da carteira do ETF realizada, chega a hora de realizar a aplicação.

Para facilitar esse processo, seguem os principais passos que você deve seguir para investir em um ETF de renda fixa de forma simples e segura:

  1. Abra uma conta na plataforma de corretagem: Escolha uma corretora confiável, como a Toro, que oferece acesso a diversos ETFs no mercado.
  2. Transfira os recursos: Após abrir sua conta, transfira o valor que deseja investir.
  3. Pesquise pelo código do ETF: Na plataforma de corretagem, busque pelo código de negociação do ETF de renda fixa que você escolheu.
  4. Configure a quantidade de cotas: Defina quantas cotas você deseja adquirir com base no valor que você tem disponível para investir.
  5. Verifique o valor total da ordem: Certifique-se de que o valor total da sua ordem está correto antes de confirmar o investimento.
  6. Confirme a operação: Após conferir todas as informações, finalize a aplicação.

Ao seguir essas etapas, você estará pronto para começar a investir em ETFs de renda fixa de forma assertiva e alinhada ao seu perfil e objetivos.

Vale a pena investir em ETFs de Renda Fixa?

Vale a pena investir em ETFs de Renda Fixa para quem busca diversificação, baixo custo e liquidez. Eles oferecem uma maneira simples de acessar uma carteira diversificada de títulos de Renda Fixa, com taxas de administração menores que os fundos tradicionais e tributação simplificada de 15% sobre o rendimento.

No entanto, é importante lembrar que as cotas são negociadas como ativos de Renda Variável, o que implica em oscilações de preço, e não há cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Por isso, deve-se avaliar o perfil de risco antes de investir.

Conclusão

O ETF de Renda Fixa é uma excelente alternativa para investidores que buscam a combinação de segurança, diversificação e baixo custo. Com a vantagem de poder ser negociado na Bolsa de Valores, o ETF oferece aos investidores acesso a títulos de Renda Fixa sem a complexidade de montar um portfólio individual de ativos.

Embora as oscilações no preço das cotas possam representar um risco, as vantagens, como as taxas de administração mais baixas e a tributação simplificada, tornam esse produto uma opção atraente no cenário atual. No entanto, como qualquer investimento, é essencial que o investidor tenha clareza sobre os riscos envolvidos.

Perguntas Frequentes

Quanto rende ETF de renda fixa?

Os ETFs de renda fixa geralmente têm um rendimento variado dependendo do fundo, mas para ETFs com prazo médio de mais de dois anos, a alíquota de Imposto de Renda é de 15%. Vale destacar que o rendimento desses ETFs não depende do tempo que o investidor mantém o fundo na carteira, mas sim das condições do mercado e das taxas envolvidas. Como a maioria dos ETFs de renda fixa listados possui um prazo médio superior a dois anos, a tributação é padronizada em 15%, independentemente do tempo de permanência do investidor.

Onde comprar ETF de renda fixa?

Os ETFs de renda fixa podem ser adquiridos no mercado primário, por meio de agentes autorizados, como corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Os investidores podem acessar esses ETFs em plataformas de negociação, como a B3, que listam esses fundos de índice. Ao investir, o processo de compra e venda é simples, mas é fundamental contar com uma corretora que ofereça suporte adequado para realizar as transações de forma segura e eficiente.

Qual a melhor ETF de renda fixa?

Os ETFs mais rentáveis em 2024 incluem o EMPIRICUS TEVA CRIPTOMOEDAS TOP20 (CRPT11), com retorno de 140,77%, o BTG Pactual S&P/B3 INGENIUS (GENB11), com retorno de 100,93%, e o IT Now NYSE FANG+ (TECK11), com retorno de 92,05%. Estes fundos se destacam devido ao seu desempenho consistente no ano, sendo opções atrativas para quem busca uma rentabilidade superior no mercado de ETFs.

Qual o melhor ETF para iniciantes?

Para investidores iniciantes, alguns dos melhores ETFs no Brasil são o iShares Ibovespa Fundo de Índice (BOVA11), o iShares S&P 500 Fundo de Índice (IVVB11) e o It Now Ibovespa Fundo de Índice (ITUB11). Esses ETFs são recomendados por suas taxas de administração baixas, além de oferecerem uma diversificação eficiente para o portfólio. São ótimas opções para quem está começando a investir, pois permitem exposição a diferentes ativos sem exigir um conhecimento aprofundado do mercado.

Quanto rende um ETF por mês?

De acordo com o Boletim da B3 (B3SA3), os fundos de índice, incluindo os ETFs, têm apresentado retornos superiores a 31% ao mês. Esse rendimento pode variar conforme as condições do mercado e a composição dos índices, mas em geral, os ETFs apresentam um bom desempenho quando comparados a outros tipos de investimentos no curto prazo.

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