Explosão em ezeiza: nuvem tóxica alerta moradores e autoridades argentinas

Uma explosão de grandes proporções no parque industrial Carlos Spegazzini, em Ezeiza, província de Buenos Aires, deflagrou um incêndio severo e lançou uma vasta nuvem tóxica sobre áreas densamente povoadas. O incidente, ocorrido na noite da última sexta-feira (14), desencadeou uma imediata resposta de emergência sanitária e ambiental na região.
As chamas tiveram início em uma instalação de armazenamento de materiais inflamáveis e rapidamente se propagaram por diversas empresas dentro do complexo industrial. Após intensas horas de trabalho, os bombeiros conseguiram controlar o fogo. As causas da explosão e a natureza exata das substâncias envolvidas ainda estão sob investigação.
Relatos iniciais indicam que várias pessoas sofreram queimaduras e inalação de fumaça. A explosão foi sentida em cidades vizinhas como Canning, Tristan Suarez e Monte Grande, onde moradores relataram tremores e janelas danificadas.
A nuvem tóxica, resultante da combustão, se espalhou sobre o parque industrial e áreas residenciais próximas. Dados do Serviço Meteorológico Nacional indicam que os ventos do sudoeste levaram a fumaça em direção a San Carlos, Villa Golf, El Trébol, La Unión e até partes de Esteban Echeverría e Canning.
Diante da situação, as autoridades municipais alertaram que a nuvem contém partículas de combustão industrial, gases irritantes e resíduos plásticos. Os moradores foram orientados a manter portas e janelas fechadas, evitar atividades ao ar livre e suspender o uso de sistemas de ventilação que puxem ar do exterior.
A Secretaria de Saúde da Província de Buenos Aires emitiu um alerta sobre os riscos da fumaça, que pode causar irritação nos olhos, tosse e dificuldades respiratórias. Hospitais da região abriram áreas de emergência para atender possíveis casos de intoxicação.
Nas primeiras horas da manhã, moradores relataram um cheiro forte e azedo persistente a quilômetros de distância. Uma moradora relatou ter a sensação de que “estava chovendo fuligem” e expressou preocupação em respirar o ar.
A Agência Provincial para o Desenvolvimento Sustentável (OPDS) mobilizou equipes para monitorar a qualidade do ar e determinar a composição da nuvem tóxica. As primeiras medições indicaram níveis elevados de monóxido de carbono e compostos orgânicos voláteis. Traços de hidrocarbonetos e partículas de fuligem foram detectados no solo industrial e em cursos d’água próximos, motivando uma operação de limpeza para evitar a contaminação das águas subterrâneas.
A Procuradoria de Ezeiza instaurou um inquérito para investigar possíveis falhas nos protocolos de segurança ou no armazenamento de materiais inflamáveis. Empresas podem enfrentar sanções financeiras e penais se a negligência for comprovada.
O Ministério do Meio Ambiente está avaliando o impacto ecológico do incêndio, considerando que a fumaça pode conter subprodutos tóxicos resultantes da queima de plásticos clorados ou solventes industriais, exigindo monitoramento contínuo da qualidade do ar.
O cenário em Spegazzini é de devastação: armazéns destruídos, estruturas retorcidas e máquinas carbonizadas compõem uma paisagem desoladora. O cheiro de plástico queimado persiste no ar, e muitos moradores foram orientados a permanecer fora de suas casas por precaução.
A explosão trouxe à tona a discussão sobre a fiscalização em parques industriais da região metropolitana de Buenos Aires, a proximidade de fábricas de produtos químicos a áreas residenciais e a necessidade de protocolos ambientais mais rigorosos.
As agências governamentais manterão o monitoramento da qualidade do ar e da água durante todo o fim de semana. As autoridades confirmaram que a fumaça começou a se dissipar, mas o monitoramento ambiental continuará até que não haja mais riscos para a população.
Fonte: www.tempo.com


