Exposição em belém explora a coexistência urbana na amazônia
Belém se transforma em palco de intensos debates sobre o futuro do planeta com a COP30, mas a programação se estende para além das questões políticas, acadêmicas e socioambientais. A cidade, em ebulição, oferece uma gama diversificada de atrações culturais, dentro e fora do Parque da Cidade, local central da conferência.
Um dos destaques é a exposição “Daquilo que aqui coexiste”, inaugurada recentemente, que convida o público a uma reflexão profunda sobre a realidade das cidades inseridas no coração da Amazônia. A mostra reúne obras impactantes de 11 artistas do Amazonas, que utilizam uma variedade de linguagens artísticas para abordar temas como identidade, história e apagamento, focando não na floresta em si, mas na Amazônia urbana.
O curador e artista visual Éder Oliveira destaca que a exposição é um recorte de jovens artistas amazônidas, em conjunto com artistas de Belém do Pará, que buscam apresentar o cotidiano urbano a partir da visão estética dos artistas.
Em meio às discussões urgentes sobre a emergência climática que dominam Belém durante a Conferência do Clima, a exposição surge como um contraponto, direcionando o olhar para o cidadão comum em seu ambiente urbano. Através de fotografias, pinturas e vídeos, a mostra dá protagonismo às periferias, muitas vezes ausentes dos espaços de discussão da COP30.
As obras em exibição transcendem a visão da população amazônica como meros guardiões ou reféns da natureza. Elas enfatizam a existência de uma vasta ocupação de territórios urbanos, de pequenas vilas a grandes cidades, que coexistem com a floresta Amazônica e que, por isso, necessitam ser levados em consideração nos debates sobre o futuro da região.
A exposição “Daquilo que aqui coexiste” está aberta ao público na Casa Dourada, localizada na Cidade Velha, o marco zero de Belém, e permanecerá em cartaz até o dia 31 de janeiro de 2026.
