Falta de clareza no retorno afasta investidores-anjo de Startups brasileiras

Compartilhe

Quase metade dos investidores-anjo no Brasil admite desconhecer o retorno financeiro de seus investimentos em startups. Um levantamento recente revela que 47% dos entrevistados não conseguem mensurar o ROI (Return on Investment) das empresas nas quais aportaram capital, um dado que lança luz sobre um desafio significativo para o desenvolvimento do mercado de risco no país.

Diante deste cenário, observa-se uma postura mais cautelosa por parte dos investidores brasileiros, que agora buscam critérios objetivos e métricas claras antes de injetar recursos em novos negócios. Para as startups em fase inicial, a pesquisa aponta um caminho promissor: empresas com maior organização e transparência se destacam na captação de recursos.

A falta de dados consolidados sobre o desempenho dos investimentos gera incerteza no mercado. Sem uma avaliação precisa de seus resultados anteriores, investidores tendem a adiar decisões ou impor exigências mais rigorosas. Neste contexto, startups com boa governança, métricas atualizadas e comunicação constante com seus investidores ganham vantagem competitiva.

Publicidade

A pesquisa também traça o perfil predominante do investidor-anjo brasileiro: majoritariamente homens, na faixa dos 40 anos, com aportes individuais de até R$250 mil. Este dado, embora secundário, reforça a importância de empreendedores construírem relações sólidas com um público cada vez mais exigente.

Para negócios em estágio inicial, a estruturação desde os primeiros passos é fundamental. Esta medida pode ser decisiva para superar o período mais desafiador da jornada empreendedora, conhecido como “vale da morte”, e garantir o acesso ao capital necessário para o crescimento.

“Os resultados da pesquisa ajudam a entender tanto o perfil quanto os desafios desse investidor”, comenta uma especialista. “Ainda enfrentamos entraves estruturais, como a tributação sobre o ganho de capital e a insegurança jurídica nos contratos, que afastam parte dos potenciais investidores. Esses fatores, somados à falta de incentivos fiscais e à alta burocracia, tornam o ambiente menos competitivo em relação a outros países. Por isso, compreender e fortalecer o papel do investidor-anjo é essencial para criar condições mais favoráveis à inovação e ao crescimento das startups brasileiras.”

Fonte: agenciasebrae.com.br

Publicidade
Compartilhe