Fda alivia alerta sobre hormônios da menopausa: impacto na saúde feminina
Após uma revisão científica, a agência reguladora dos Estados Unidos, FDA, iniciou a remoção das advertências de risco presentes nas embalagens de medicamentos hormonais utilizados para aliviar os sintomas da menopausa. A decisão, anunciada em novembro de 2025, representa uma mudança significativa na forma como a terapia hormonal é encarada, tanto por profissionais de saúde quanto por pacientes.
Por décadas, a terapia hormonal foi utilizada com cautela devido a alertas sobre possíveis riscos cardiovasculares e aumento do risco de câncer de mama, baseados em estudos como o “Women’s Health Initiative” (WHI) de 2002. No entanto, a nova avaliação da FDA conclui que, quando iniciada em mulheres com menos de 60 anos ou até dez anos após o início da menopausa, a terapia hormonal se mostra segura e eficaz no tratamento dos sintomas do climatério. Além disso, pode trazer benefícios como a preservação da massa óssea e a redução do risco de diabetes tipo 2.
A mudança não elimina todos os riscos associados à terapia hormonal, mas reconhece que muitas mulheres foram privadas de tratamentos adequados devido a advertências consideradas generalistas. A única advertência que permanece é relativa ao risco de câncer endometrial em casos de uso de estrogênio sem progestagênio em mulheres com útero.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) comemorou a decisão, afirmando que representa um avanço no acesso à terapia hormonal quando bem indicada. Segundo a entidade, a decisão da FDA está alinhada com as orientações que a FEBRASGO já segue há anos, defendendo que o uso de hormônios pode ser seguro para muitas mulheres, desde que individualizado, com acompanhamento médico e avaliação criteriosa. A FEBRASGO aponta ainda que as advertências exageradas afastaram muitas mulheres de um tratamento que poderia melhorar a saúde física e emocional no climatério.
Embora a FDA seja uma autoridade regulatória dos Estados Unidos, suas decisões podem influenciar outros países. No Brasil, a Anvisa é responsável pelas regras de bulas e rotulagens de medicamentos. No entanto, a pressão de sociedades médicas, como a FEBRASGO, pode levar a atualizações baseadas nas melhores evidências científicas disponíveis.
Enquanto isso, a decisão da FDA serve como ponto de partida para conversas mais equilibradas entre ginecologistas e pacientes brasileiras. É importante lembrar que a terapia hormonal não é indicada para todas as mulheres e demanda uma avaliação individualizada. A nova diretriz representa uma mudança significativa na forma como o tema é tratado, com o potencial de oferecer mais autonomia e informação para as mulheres decidirem sobre o uso de hormônios, retomarem tratamentos de forma mais tranquila sob orientação médica e terem acesso a discussões atualizadas baseadas em evidências modernas.
