Fiagro: brasil busca atrair investimento árabe para recuperação de pastagens

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O governo brasileiro planeja apresentar uma proposta inovadora a investidores do Oriente Médio em janeiro, buscando atrair capital estrangeiro para o setor agropecuário através de Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (Fiagro). A iniciativa visa impulsionar a recuperação de pastagens degradadas no Cerrado brasileiro e aumentar a disponibilidade de crédito rural em dólar.

A estratégia central da proposta é permitir que o capital estrangeiro participe como sócio minoritário na aquisição de terras destinadas à recuperação. A ideia é estruturar um Fiagro que detenha parte da propriedade da terra – algo em torno de 48% ou 49% – enquanto o empreendimento agrícola permanece sob o controle do agricultor. Este modelo permite que investidores estrangeiros se tornem parceiros no negócio sem assumir o controle da operação.

O capital injetado pelo Fiagro seria utilizado para a aquisição de mais terras, a preços competitivos, e para a recuperação das áreas degradadas, agregando valor a esses ativos. A expectativa é que a iniciativa atraia investidores que buscam oportunidades de longo prazo no agronegócio brasileiro, ao mesmo tempo em que impulsiona a sustentabilidade e a produtividade do setor.

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Paralelamente à proposta do Fiagro, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está empenhado em ampliar o uso do dólar no crédito rural. Segundo um assessor especial do Mapa, já existem linhas de crédito disponíveis em dólar, oferecidas pelo BNDES para custeio e investimento, inclusive para pessoas físicas. As taxas de juros nessas linhas de crédito giram em torno de 8,5%.

A medida visa facilitar o acesso a recursos financeiros para produtores rurais, especialmente em um cenário de altas taxas de juros em reais. A expectativa é que a combinação do Fiagro com a maior disponibilidade de crédito em dólar impulsione o desenvolvimento do agronegócio brasileiro e atraia investimentos estrangeiros para o setor.

No entanto, o assessor do Mapa também alertou para possíveis desafios no futuro próximo, mencionando o atraso no plantio no Centro-Oeste, em especial em Mato Grosso, o que pode levar a uma safrinha de milho menor e a uma redução da produtividade da soja. Essa situação, combinada com juros elevados e preços menos favoráveis, pode gerar problemas para o setor na safra 2025/26.

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