A questão do furto de energia elétrica, popularmente conhecido como “gato”, é um problema recorrente em várias regiões do Brasil. Um estudo recente da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia em diversas cidades, revelou que Magé, localizada na Baixada Fluminense, e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, são as cidades que mais concentram esse tipo de irregularidade.
Essas duas cidades lideram o ranking das 66 localidades atendidas pela Enel, com índices alarmantes de furtos de energia, conhecidos por afetar diretamente o fornecimento e a qualidade do serviço.
No levantamento realizado pela Enel, Magé aparece como a cidade com o maior índice de furtos, representando 39,3% do total de ligações irregulares na área de atuação da concessionária. Logo em seguida, São Gonçalo se destaca com 39,2%. Essas duas cidades juntas respondem por quase 80% dos casos de “gatos” na região. Araruama e Cabo Frio, na Região dos Lagos, também possuem números expressivos, com 28,9% e 26,9%, respectivamente. Angra dos Reis, na Costa Verde, completa a lista das cidades mais afetadas, com 24,1% dos furtos.
A Enel revelou que uma grande parte das perdas de energia, cerca de 20%, ocorre em áreas de risco, onde o furto de energia é mais concentrado. Esse percentual representa um volume significativo de eletricidade, suficiente para abastecer todo o município de Saquarema por quase um ano, considerando o período entre janeiro e novembro do ano passado.
A empresa realiza um trabalho constante para identificar e coibir essas irregularidades, com mais de 260 mil inspeções realizadas no ano anterior. O combate a esse tipo de crime envolve, além da fiscalização, a detenção de responsáveis e a cobrança retroativa dos valores consumidos de maneira ilegal.
A legislação brasileira é clara quanto às consequências para quem comete esse tipo de crime. O furto de energia é tratado como um crime, com penas que variam de 1 a 8 anos de prisão. Essa pena pode ser aplicada tanto para quem realiza a ligação clandestina quanto para o titular da conta de energia, caso seja comprovada sua participação na fraude.
Além disso, a Enel impõe multas e exige o pagamento dos valores retroativos relacionados ao período de consumo irregular. Com o aumento da fiscalização e as consequências legais severas, espera-se uma redução nos índices de “gatos” nas áreas atendidas pela empresa.