Governo adia implementação da biometria no bolsa família para 2026
O governo federal anunciou o adiamento da implementação obrigatória da biometria para os beneficiários do Bolsa Família, uma medida que visa modernizar a Seguridade Social e reduzir fraudes. A nova data para o início da exigência é maio de 2026, conforme portaria publicada em 21 de novembro de 2025.
A decisão impacta um amplo espectro de programas sociais e surge em meio a um esforço de transformação digital, com a adoção da Carteira de Identidade Nacional (CIN) como base biométrica prioritária. A prorrogação visa garantir que milhões de brasileiros tenham tempo hábil para realizar o cadastro biométrico, sem serem excluídos dos programas.
Atualmente, cerca de 11 milhões de beneficiários de programas sociais não possuem biometria registrada, de um total de mais de 68 milhões atendidos por iniciativas federais. Essa ausência representa um risco, aumentando a possibilidade de fraudes, uso de documentos de terceiros e recebimento indevido de benefícios.
A biometria como requisito para programas sociais foi aprovada pelo Congresso Nacional em dezembro de 2024 e regulamentada por decreto em julho de 2025. No entanto, a complexidade logística levou o governo a rever os prazos.
Entre os motivos para o adiamento, destacam-se o alto número de beneficiários sem biometria, a baixa capacidade de atendimento em algumas regiões, a necessidade de evitar cortes injustificados no Bolsa Família e o tempo adequado para a migração à Carteira de Identidade Nacional.
Embora o início da obrigatoriedade tenha sido adiado, o governo reforça que a mudança não foi cancelada. Os beneficiários que ainda não possuem biometria devem se antecipar, pois a partir de 2026, as exigências se tornarão gradualmente mais rígidas.
A biometria será utilizada para confirmar a identidade do titular, reduzir fraudes, agilizar concessões e revisões, reforçar a segurança do Cadastro Único e digitalizar processos. A Carteira de Identidade Nacional (CIN) será a base principal dessa identificação.
A portaria de novembro estabelece um cronograma com quatro etapas até 2027, aumentando o nível de exigência e determinando quais benefícios exigirão biometria para concessão ou manutenção. A partir de 30 de abril de 2026, a biometria será exigida para novos cadastros no Bolsa Família, e a partir de 31 de dezembro de 2026, todos os beneficiários precisarão ter alguma biometria registrada para renovação ou concessão. Em 31 de dezembro de 2027, a CIN será obrigatória para todos os beneficiários.
Até abril de 2026, os beneficiários do Bolsa Família já inscritos continuarão recebendo o benefício sem alterações relacionadas à biometria. A medida busca proteger o dinheiro público e modernizar os sistemas.
O governo orienta a população a verificar se já possui biometria registrada, emitir a Carteira de Identidade Nacional, manter o CadÚnico atualizado e acompanhar os comunicados oficiais. Grupos como idosos, moradores de áreas rurais e pessoas com deficiência podem ter dificuldades na transição, e o governo promete reforçar parcerias com estados e municípios para garantir a cobertura nacional.

