I.a. acelera e ameaça sobrecarregar redes elétricas globais

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O avanço da Inteligência Artificial (I.A.) em ritmo exponencial nos últimos dois anos tem gerado preocupação em diversos setores, especialmente no que tange à capacidade da infraestrutura elétrica global de suportar o crescente consumo de energia. Data centers, essenciais para o desenvolvimento e operação de modelos de I.A., demandam quantidades significativas de eletricidade, colocando em xeque a estabilidade e o planejamento das redes de distribuição.

O consumo energético dos data centers dedicados à I.A. supera em larga escala o de servidores tradicionais. A necessidade de operação contínua, 24 horas por dia, 7 dias por semana, para o treinamento e execução de algoritmos complexos, exige um suprimento constante e robusto de energia. Reguladores e empresas de energia já manifestam apreensão quanto à possibilidade de interrupções no fornecimento em áreas com alta concentração de data centers, principalmente nos Estados Unidos.

A infraestrutura elétrica, projetada com anos de antecedência, não acompanhou a velocidade do desenvolvimento da I.A. Data centers modernos consomem energia equivalente ao de cidades inteiras, exercendo uma pressão sem precedentes sobre as redes de distribuição. Essa demanda crescente impulsionou um aumento nos contratos para reforçar a infraestrutura elétrica, com empresas especializadas, como a Schneider Electric, registrando um aumento significativo nos negócios.

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Diante desse cenário, operadores de rede buscam soluções emergenciais e de longo prazo. A expansão de linhas de transmissão, o desenvolvimento de sistemas de armazenamento massivo de energia, a implementação de microrredes, a modernização de subestações e o uso de tecnologias de automação avançada para prever sobrecargas são algumas das medidas em estudo e implementação. A colaboração entre empresas de tecnologia e operadoras de energia se mostra fundamental para mitigar os impactos negativos e garantir o fornecimento contínuo.

O aumento do consumo de energia pela I.A. tem implicações diretas para o público em geral. A estabilidade e a abundância de energia são cruciais para o desenvolvimento e a disseminação da I.A., e a pressão sobre as redes elétricas pode influenciar os preços da energia, as políticas públicas, os investimentos em fontes renováveis e a disponibilidade de serviços digitais. O tema se torna, portanto, estratégico para o planejamento e a gestão de recursos energéticos.

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