Inteligência artificial avança na previsão de ataques cardíacos

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Uma pesquisa da Universidade de Zurique, na Suíça, aponta que a inteligência artificial (IA) tem potencial para revolucionar a forma como os médicos identificam e tratam ataques cardíacos. A ferramenta demonstra eficácia na avaliação de riscos e pode abrir caminho para tratamentos mais personalizados, evitando diagnósticos imprecisos e otimizando recursos.

O estudo, que analisou dados de mais de 600 mil pacientes em 10 países, é considerado o maior já realizado sobre a modelagem de risco da Síndrome Coronariana Aguda sem Supradesnivelamento do Segmento ST (SCA-SST), a forma mais comum de ataque cardíaco. Atualmente, os médicos utilizam o sistema de pontuação GRACE para determinar o risco dos pacientes e definir o momento ideal para o tratamento. No entanto, o estudo sugere que muitos pacientes podem ser indevidamente classificados, comprometendo a eficácia do tratamento.

Diante dessa limitação, os pesquisadores utilizaram a inteligência artificial para identificar quais pacientes se beneficiariam mais de um tratamento invasivo precoce, como angiografia e implante de stent. Os resultados indicam que as estratégias de tratamento atuais podem, em alguns casos, estar direcionadas aos pacientes errados.

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De acordo com os autores do estudo, a nova ferramenta, denominada GRACE 3.0, não apenas prevê o risco de ataques cardíacos com maior precisão, mas também pode ser utilizada para orientar decisões de tratamento mais personalizadas. Acredita-se que a adoção da IA pode remodelar futuras diretrizes clínicas e, consequentemente, contribuir para salvar vidas.

A pesquisa destaca que a IA tem o potencial de transformar o combate aos problemas cardíacos, permitindo uma abordagem mais individualizada e eficiente no tratamento da SCA-SST. As descobertas foram detalhadas em um estudo publicado na revista The Lancet Digital Health.

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