Japão adapta cuidados geriátricos e desperta interesse do capital brasileiro
O Japão, diante de um envelhecimento populacional em ritmo acelerado, tornou-se um ponto de referência para gestores globais que buscam oportunidades em saúde, moradia assistida e serviços de cuidado. A Charm Care, operadora de residenciais para idosos, destaca-se nesse cenário, expandindo sua rede e adotando padrões de eficiência alinhados às novas diretrizes do governo japonês. Esse movimento tem chamado a atenção de casas de análise brasileiras, que veem o setor como um modelo global.
O país asiático apresenta uma combinação singular: uma população idosa crescente e um sistema público que subsidia parte dos custos de cuidados. Essa equação torna o setor mais resiliente e previsível, mesmo em tempos de instabilidade econômica. Ivan Barboza, sócio e gestor da Ártica Capital, salienta que a demografia japonesa antecipa tendências futuras.
A expansão da Charm Care é resultado direto desse contexto. A empresa tem intensificado a construção de novos residenciais, padronizando processos e elevando as taxas de ocupação. O mercado local permanece favorável, impulsionado pela demanda crescente e incentivos à eficiência operacional. Analistas avaliam que o setor ainda não atingiu um ponto de saturação, especialmente em regiões com forte impacto demográfico.
Mesmo em períodos de menor crescimento econômico, o segmento de cuidados de longa permanência mantém margens estáveis e fluxo contínuo de demanda, um fator que atrai investidores globais. Barboza destaca a previsibilidade como um dos principais atrativos, com alta taxa de ocupação e subsídios governamentais que sustentam o modelo, permitindo um crescimento independente dos ciclos econômicos.
A expansão e o modelo operacional da Charm Care foram tema de discussões no programa Stock Pickers, com Lucas Colazzo entrevistando Barboza sobre as transformações do setor e o posicionamento estratégico da empresa japonesa.
De acordo com Barboza, a Charm Care se diferencia pela escala e pela capacidade de replicar estruturas com custos otimizados. A empresa opera diversos residenciais, utilizando padrões de construção repetíveis, o que agiliza lançamentos e reduz despesas fixas. Para ele, esse modelo é ideal para o momento econômico japonês, que exige eficiência sem comprometer a qualidade.
A expectativa é que o envelhecimento da população japonesa continue a impulsionar o setor nas próximas décadas, mantendo o mercado em expansão. “A demanda cresce anualmente, e a competição internacional ainda é baixa”, afirma Barboza. O Japão, com seu envelhecimento populacional acelerado, solidificou-se como um ambiente propício para serviços de cuidado de longo prazo. Para investidores, esse mercado estrutural apresenta baixa correlação com os ciclos tradicionais e alta previsibilidade de receitas, características valiosas para carteiras globais que buscam estabilidade a longo prazo.




