Jovens em portugal gastam horas online e lutam contra desinformação

Um estudo recente revelou que jovens portugueses, com idades entre 12 e 17 anos, dedicam uma média de 3,4 horas diárias à internet. A pesquisa, que envolveu mais de 600 participantes em Portugal, aponta para uma crescente dependência da rede entre essa faixa etária, mas também levanta preocupações sobre a capacidade desses jovens em distinguir informações verdadeiras de notícias falsas.
A pesquisa foi conduzida pela Euroconsumers, uma organização europeia de defesa do consumidor, em colaboração com a DECO PROteste. O estudo, realizado entre os dias 3 e 7 de julho de 2025, abrangeu mais de três mil jovens em Portugal, Espanha, Itália, Bélgica e Polônia.
Os resultados mostram que as atividades online mais populares entre os jovens portugueses incluem “contactar amigos e familiares” (67%), “aprender algo novo” (60%) e “ouvir música” (58%). As redes sociais, apesar de amplamente utilizadas, aparecem em quinto lugar na lista de prioridades online.
A média de tempo gasto na internet pelos jovens portugueses (3,4 horas) supera ligeiramente a média geral dos países analisados no estudo (3,2 horas). Notavelmente, um terço dos participantes admitiu passar mais de quatro horas por dia navegando na web.
Apesar do tempo significativo dedicado à internet, o estudo indica que muitos jovens também se envolvem em atividades offline. As atividades mais comuns incluem praticar esportes (82%), dedicar-se a artes e aprender idiomas estrangeiros (68%), estudar um instrumento musical (49%) e realizar trabalho voluntário (34%).
A pesquisa da Euroconsumers destacou a vulnerabilidade dos jovens portugueses à desinformação online. Uma parcela considerável dos entrevistados demonstrou dificuldade em identificar notícias falsas: 45% afirmaram saber o que é uma notícia falsa “às vezes”, enquanto 20% admitiram não conseguir identificar notícias falsas de forma alguma. Além disso, 30% dos participantes disseram não acreditar na existência de algoritmos que utilizam seus dados pessoais para personalizar publicações e conteúdos nas redes sociais.
O estudo também abordou a crescente presença da Inteligência Artificial (IA) na vida dos jovens. Praticamente todos os entrevistados (98%) afirmaram conhecer ferramentas de IA, e 68% relataram já ter interação com elas.
Nuno Figueiredo, da DECO PROteste, ressaltou a importância de promover a literacia digital entre os jovens: “Este estudo mostra que os jovens vivem num equilíbrio constante entre o mundo online e offline. É fundamental que pais, educadores e decisores políticos promovam literacia digital e ferramentas que ajudem os adolescentes a navegar de forma segura e consciente, sem perder as oportunidades que a Internet oferece”.
Fonte: www.noticiasaominuto.com