Jpp acusa governo central de enganar madeira sobre ferry e mobilidade aérea

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O líder parlamentar do Juntos Pelo Povo (JPP), Élvio Sousa, acusou o Governo da República de “enganar” a população da Madeira em relação a promessas de melhorias na mobilidade, durante uma intervenção no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, no Funchal. Sousa afirmou que a região tem sido “enganada há 10 anos”.

A crítica centralizou-se no anúncio de um concurso internacional para a criação de uma linha de ferry entre a Madeira e o continente. Segundo o deputado, em vez do concurso, o Orçamento de Estado previu apenas a realização de um estudo de viabilidade para a referida ligação marítima.

Sousa criticou a postura dos social-democratas madeirenses, a quem acusa de “obediência cega à República”, argumentando que a aceitação do estudo de viabilidade demonstra a “subserviência” do partido ao Governo central.

A questão da mobilidade aérea também foi levantada. O líder parlamentar do JPP frisou que os residentes da Madeira continuam a pagar o valor integral das passagens aéreas e a receber o reembolso do subsídio de mobilidade social nos balcões dos CTT, sem que a promessa de pagar apenas os 86 euros estabelecidos tenha sido cumprida.

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Paralelamente, os deputados da Assembleia da Madeira debateram um projeto de decreto legislativo regional proposto pelo PS, que visa estabelecer um regime jurídico para zonas de restrição de tráfego para empresas de rent-a-car na Região Autónoma da Madeira. O objetivo é combater a “pressão crescente sobre a mobilidade e o espaço público”, especialmente em áreas urbanas e turísticas.

A proposta socialista prevê a delimitação de perímetros e períodos de restrição, o estabelecimento de níveis graduais de restrição (por classe ambiental, quotas horárias ou diárias, ou exigência de emissões zero), exceções justificadas (emergência, acessibilidade, operações de primeira/última milha, necessidades de residentes e trabalhadores) e a articulação da gestão do tráfego com o reforço do transporte público, soluções de mobilidade partilhada e informação ao utilizador em tempo real.

A iniciativa enfrenta forte oposição da maioria PSD/CDS-PP. O deputado social-democrata Paulo Macedo considerou a proposta uma “forma simulada de atacar o turismo”, que classificou como a principal fonte de riqueza da Madeira, argumentando que ela “ignora o que o Governo Regional está a fazer” para melhorar a mobilidade e defendendo a necessidade de conciliar todos os interesses nesta matéria.

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Os trabalhos da Assembleia foram suspensos após a aprovação, pelo Conselho de Ministros, de dois dias de luto nacional pela morte de Francisco Pinto Balsemão.

Fonte: www.noticiasaominuto.com

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