Judiciário capacita servidores em inteligência artificial generativa em curso inédito
O Poder Judiciário brasileiro avança na era digital com um curso inovador sobre inteligência artificial generativa, promovido pela Escola Judiciária do Piauí (EJUD). A iniciativa sinaliza um esforço para modernizar o sistema de Justiça, preparando seus profissionais para o uso ético e eficiente das novas tecnologias.
Em um contexto de rápida transformação digital, o Judiciário busca acompanhar as mudanças. A capacitação oferecida pela EJUD visa equipar magistrados e servidores com as ferramentas necessárias para otimizar a eficiência e a precisão nas decisões judiciais.
As inscrições para o curso “Utilização da Inteligência Artificial Generativa no Poder Judiciário” estiveram abertas até 11 de novembro. A instrutora responsável pela formação é Lia Raquel Sousa Rabelo Fernandes, especialista em inovação na administração pública e transformação digital.
O curso, destinado a magistrados e servidores do Tribunal de Justiça do Piauí (TJPI), será realizado entre 12 e 14 de novembro de 2025, com uma carga horária total de 15 horas. A estrutura do curso busca equilibrar teoria e prática.
O formato do curso é híbrido, oferecendo 20 vagas presenciais na sede da EJUD e 50 vagas online, com transmissão pela plataforma Microsoft Teams. A metodologia adotada busca promover a compreensão das potencialidades da IA generativa no contexto jurídico, incluindo estudos de casos práticos, demonstrações de uso de ferramentas e debates sobre as implicações éticas e legais da tecnologia.
A EJUD planeja transformar o curso em um laboratório de inovação, onde os participantes poderão testar e avaliar o uso da IA na elaboração de despachos, sentenças e pareceres.
A adoção da IA generativa no setor público exige preparo técnico e conceitual. O curso da EJUD surge para atender a essa demanda, capacitando os profissionais a utilizar essas ferramentas com responsabilidade e conhecimento. Na prática, a inteligência artificial pode otimizar o tempo de trabalho, reduzir o acúmulo de processos e aumentar a consistência das decisões.
A Escola Judiciária do Piauí tem se consolidado como um centro de inovação e capacitação continuada. A instituição tem ampliado sua oferta de cursos voltados à modernização do Judiciário, abrangendo temas como transformação digital, segurança da informação e gestão de dados públicos.
Com o novo curso de inteligência artificial, a EJUD reforça seu compromisso de preparar o corpo técnico do TJPI para os desafios do futuro. O objetivo é garantir que o uso da tecnologia seja acompanhado de formação qualificada, evitando a dependência excessiva de algoritmos e assegurando que o fator humano permaneça central nas decisões.
A inteligência artificial generativa, capaz de criar conteúdo original a partir de dados fornecidos, abre novas possibilidades para o Judiciário. Entre os exemplos de aplicação estão a elaboração assistida de despachos e decisões, a análise de precedentes e jurisprudência, a organização de processos e relatórios automáticos, e o suporte na redação de votos e pareceres. Essas funcionalidades atuam como ferramentas de apoio, permitindo que magistrados e servidores se concentrem em análises complexas e decisões estratégicas.
O curso da EJUD abordará as questões relacionadas à privacidade de dados, à transparência algorítmica e à responsabilidade sobre as decisões automatizadas. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também será discutida no contexto do uso de sistemas de IA.
Diversos tribunais vêm testando soluções automatizadas para triagem de processos, atendimento ao público e análise de documentos. No entanto, a IA generativa oferece ferramentas de compreensão linguística avançada que podem transformar a forma como a Justiça opera. O curso da EJUD busca não apenas apresentar essas tecnologias, mas também promover uma reflexão crítica sobre o papel da inovação na administração pública.
A modernização tecnológica pode tornar o Judiciário mais acessível, rápido e transparente. A proposta da EJUD é demonstrar que a IA generativa pode ser usada como aliada do trabalho humano. Com o apoio dessas ferramentas, o tempo gasto em tarefas repetitivas é reduzido, e os profissionais podem dedicar mais atenção à análise de mérito e à prestação jurisdicional de qualidade.

