Luccas carlos explora maturidade e experimentação sonora em novo álbum deluxe

Luccas Carlos expande seu universo musical com o lançamento de seu primeiro álbum deluxe, explorando novas sonoridades e aprofundando a narrativa de sua jornada pessoal e artística. O projeto, divulgado na última quinta-feira (22), representa um encontro entre o Luccas Carlos conhecido por suas melodias marcantes e uma faceta futurista em desenvolvimento.
O novo trabalho se distingue de um simples relançamento, apresentando-se como uma expansão do álbum original. Em 2024, Luccas Carlos expôs suas vulnerabilidades de forma crua no disco original. Agora, o deluxe oferece um olhar sobre a origem dessas cicatrizes, revelando a esperança que existia no princípio. As 11 faixas inéditas funcionam como um prólogo expandido, desvendando os eventos que precederam o álbum original.
A audácia de não se limitar a um único estilo é um dos pontos fortes do artista. Em vez de optar por uma direção sonora unívoca, Luccas Carlos explora uma variedade de gêneros, transitando entre R&B, pagode, trap e, agora, a música eletrônica.
Com apenas uma participação especial, Trinidad Cardona na faixa “todo lugar”, o disco demonstra a maturidade de Luccas Carlos, que valida sua arte sem depender de outros. Ele assume o protagonismo das 11 faixas, dividindo o fardo entre as duas versões de si mesmo, resultando em um trabalho coeso e cinematográfico.
Sob a produção de Nave e Doom, o álbum se mostra ousado, explorando novas texturas sonoras sem abandonar a essência do artista.
A faixa “NEON” ilustra essa dualidade, começando com um R&B lento e melódico e, gradualmente, incorporando timbres sintéticos, camadas vocais e batidas eletrônicas. “FEITIÇO” segue uma trajetória semelhante, partindo de um R&B com alma e culminando em sintetizadores eletrônicos que renovam a energia da música. “MONSTRO”, por sua vez, apresenta uma linha de baixo inspirada em “Thriller” de Michael Jackson.
Além de Michael Jackson, o álbum revela influências de The Weeknd, Lil Tecca e outros artistas internacionais, que se misturam organicamente, resultando em um trabalho moderno e experimental na medida certa.
Para os fãs do Luccas Carlos mais tradicional, a faixa “só (mais) uma vez” remete ao álbum “Um” (2017), com suas melodias introspectivas e instrumentação limpa e melancólica. “canção que eu não consegui fazer” exibe o lado mais sincero e emocional do artista, com uma letra vulnerável e honesta.
Entre o eletrônico pulsante e o acústico sentimental, o álbum deluxe constrói uma narrativa sonora consistente. Embora faixas como “água colorida” e “MÍNIMO” não se destaquem tanto, elas não comprometem a experiência geral.
As faixas bônus “todo lugar”, um funk com Trinidad Cardona, e “em paz”, um pagode, encerram o projeto de forma leve e alegre. “todo lugar” destaca-se pela química entre os artistas, enquanto “em paz” oferece um final otimista para um álbum que explora a busca pelo amor e o encontro da paz interior.
Em meio a sintetizadores, batidas eletrônicas e momentos de introspecção, Luccas Carlos consolida sua posição como um dos principais nomes do R&B no Brasil, unindo melodia e ritmo, vulnerabilidade e autoconfiança em sua música. O artista demonstra sua capacidade de se reinventar e criar um universo narrativo em constante expansão.
