Marlim morto com pneu no bico: tragédia marinha escancara poluição em sc

A morte de um marlim-azul com um pneu atravessado no bico chocou moradores e ambientalistas em Balneário Piçarras, Santa Catarina, reacendendo o debate sobre a crescente poluição dos oceanos e seus efeitos devastadores na vida marinha.
O corpo do imponente peixe, medindo 3,30 metros e pesando cerca de 400 quilos, foi encontrado na manhã de quarta-feira (12) na praia local, com a cabeça separada do corpo e o pneu firmemente preso ao bico. A cena foi registrada pelo fotógrafo documentarista Maurício Guartelá, que sobrevoava a área com um drone para fotografar o amanhecer.
Imediatamente após o flagrante, Guartelá acionou o Museu Oceanográfico, do qual já foi estagiário, consciente da importância científica do caso. A equipe técnica do museu confirmou que o pneu foi a causa da morte do marlim-azul (Makaira nigricans).
A tragédia expõe um problema persistente e alarmante: a má gestão de resíduos sólidos. O fotógrafo enfatiza que o problema reside na forma como lidamos com o lixo que produzimos, não na sua simples existência. Materiais como pneus, redes de pesca e plásticos descartados incorretamente representam uma ameaça direta à fauna marinha. Guartelá relata ter testemunhado outras situações similares, como tartarugas marinhas afetadas por plásticos e necropsias de animais com redes de pesca e embalagens no sistema digestivo.
A autenticidade da cena chegou a ser questionada por alguns, mas o curador do Museu Oceanográfico descartou qualquer possibilidade de fraude, confirmando que mortes de animais marinhos por interação com objetos de origem humana são mais comuns do que se imagina, especialmente entre grandes espécies oceânicas.
Como forma de transformar a tragédia em conscientização, o Museu Oceanográfico da Univali incorporará o caso do marlim-azul em uma nova exposição sobre os impactos da poluição marinha. O objetivo é sensibilizar o público sobre as consequências do descarte inadequado de resíduos no meio ambiente e estimular um debate mais amplo sobre a responsabilidade coletiva na gestão de resíduos e na preservação dos ecossistemas costeiros. A expectativa é que o impacto visual e emocional da exposição motive os visitantes a repensarem seus hábitos e adotarem práticas mais sustentáveis no dia a dia.
Fonte: www.tempo.com


