Mercado celebra possível trégua comercial e petróleo recupera valor

Preços do petróleo sobem com sinais de trégua nas tensões comerciais entre EUA e China, impulsionando o mercado global de energia.

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Os preços do petróleo registraram uma recuperação na segunda-feira, após atingirem suas mínimas de cinco meses na última semana. O movimento ocorre em meio a sinais de que os Estados Unidos e a China podem suavizar as tensões comerciais, trazendo alívio para os investidores que observam atentamente o mercado global de energia.

O petróleo Brent avançou 1,39%, alcançando US$ 63,60 por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) subiu 1,48%, cotado a US$ 59,77 por barril. Na sexta-feira passada, ambos os índices haviam sofrido quedas superiores a 4%, atingindo seus menores patamares desde maio. O recuo foi provocado pelo anúncio do presidente Trump sobre tarifas de 100% sobre exportações chinesas e a resposta da China com restrições nas exportações de materiais estratégicos, como as terras raras.

A reação positiva do mercado veio após declarações mais conciliatórias de autoridades norte-americanas. O presidente Trump comentou, durante entrevista a bordo do Air Force One, que “ficaremos bem com a China”, embora tenha mantido a aplicação das tarifas programadas para o início de novembro. Segundo analistas, essa mudança de tom indica uma possível abertura para negociações, o que ajudou a reduzir a volatilidade recente.

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“O colapso dos preços na semana passada foi impulsionado principalmente por fatores geopolíticos e pela incerteza nas discussões comerciais entre EUA e China”, explica Suvro Sarkar, analista de energia do DBS. Ele destaca que o mercado parece moderado pela disposição das duas nações em dialogar, mas que o curto prazo ainda depende dos resultados dessas conversas.

Analistas do Goldman Sachs também apontam que a dúvida central do mercado é se as medidas anunciadas serão de fato implementadas ou se servem apenas como instrumento de negociação antes da cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, prevista para o final do mês. Segundo o banco, o cenário mais provável é que ambas as partes recuem de suas posições mais extremas.

Além das tensões comerciais, fatores de oferta e geopolítica influenciam o mercado de petróleo. A OPEC+ decidiu por um aumento modesto na produção, de 137 mil barris por dia, valor inferior às expectativas de 500 mil barris. Ao mesmo tempo, o cessar-fogo entre Israel e Hamas contribuiu para reduzir o prêmio de risco geopolítico que afetava os preços, aliviando preocupações sobre interrupções no transporte de petróleo pelo Canal de Suez e Mar Vermelho.

A combinação de alívio geopolítico no Oriente Médio e a perspectiva de avanços diplomáticos entre EUA e China criou um ambiente favorável à recuperação dos preços na segunda-feira. Mesmo assim, analistas alertam que o excesso de oferta e a incerteza na demanda continuam a gerar desafios para a estabilidade do mercado a longo prazo.

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