Mercados entram em colapso após novos sinais de fraude bancária nos EUA

Bolsas globais despencam após suspeitas de fraude bancária nos EUA reacenderem temores sobre crédito e risco no sistema financeiro mundial.

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Os mercados globais amanheceram em forte queda nesta sexta-feira, refletindo o crescente temor de uma nova fraude bancária nos EUA que começa a afetar bolsas da Europa e da Ásia. A notícia de perdas milionárias ligadas a empréstimos duvidosos reacendeu lembranças da crise do Silicon Valley Bank e fez investidores correrem para ativos considerados seguros, como ouro e títulos do Tesouro americano.

Dois bancos regionais dos Estados Unidos foram os principais catalisadores dessa onda de pessimismo. O Zions Bancorporation revelou perdas de cerca de US$ 50 milhões em empréstimos comerciais suspeitos de fraude, enquanto o Western Alliance Bancorporation entrou com uma ação judicial contra um cliente que supostamente apresentou garantias falsas. As revelações levantaram dúvidas sobre a real qualidade de crédito de parte do sistema bancário americano, especialmente em um momento de desaceleração econômica e inadimplência crescente no setor automotivo.

As consequências foram imediatas. Na Europa, o índice STOXX 600 Banks recuou quase 3%, puxado pelas fortes quedas do Deutsche Bank, Barclays e Société Générale, que perderam entre 4% e 6%. O mercado europeu como um todo apagou os ganhos da semana, e o sentimento negativo se espalhou rapidamente para o continente asiático.

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No Japão, o Nikkei 225 caiu 1,4%, registrando sua pior semana desde agosto. Grandes instituições como Mizuho Financial Group e Tokio Marine Holdings recuaram mais de 3%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,6%, pressionado também pelas tensões comerciais entre China e EUA, enquanto o índice de Xangai recuou 2% após novas ameaças tarifárias vindas do governo norte-americano. O KOSPI sul-coreano até tentou resistir, mas acabou devolvendo ganhos e fechou em leve baixa.

O clima de tensão se refletiu no índice de volatilidade CBOE (VIX), que disparou 23%, alcançando o maior nível em seis meses. A busca por segurança levou o ouro a atingir novo recorde acima de US$ 4.380 por onça, marcando a nona semana consecutiva de valorização. Já os títulos do Tesouro dos EUA voltaram a ser procurados, com o rendimento dos papéis de 10 anos caindo para 3,94%.

Com as incertezas crescendo, analistas afirmam que o mercado volta a questionar se os riscos de crédito ocultos estão sendo devidamente monitorados, lembrando que pequenas falhas podem rapidamente se transformar em problemas sistêmicos. Para muitos investidores, a prudência agora é a palavra de ordem, e qualquer sinal adicional de fraude bancária nos EUA pode gerar novas ondas de instabilidade global.

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