Montadoras brasileiras em alerta: falta de chips pode parar produção

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A indústria automotiva brasileira enfrenta um risco iminente de paralisação da produção, conforme alerta emitido pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade expressou preocupação com a possível escassez de semicondutores, componentes eletrônicos cruciais para a fabricação de veículos modernos.

A Anfavea, que representa as montadoras instaladas no país, solicita ao governo federal a adoção de medidas urgentes para evitar o desabastecimento desses componentes. A associação teme que a falta de semicondutores possa afetar as operações das montadoras brasileiras em questão de semanas.

A preocupação da Anfavea remete à crise ocorrida durante a pandemia, quando a falta de semicondutores forçou as montadoras a interromperem a produção. Um veículo moderno utiliza entre 1 mil e 3 mil chips, que são essenciais para o funcionamento de diversos sistemas, desde freios ABS e airbags até injeção eletrônica, controle de motor e sensores.

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A atual ameaça de escassez está relacionada a disputas políticas envolvendo a Nexperia, fabricante de semicondutores holandesa com ligações com a China. Parte da cadeia de produção da empresa está localizada na China. O trabalho da Nexperia é fundamental para manter o fluxo de suprimentos na zona do euro, incluindo o setor automotivo.

Recentemente, o governo holandês assumiu o controle da Nexperia, alegando “sinais recentes e agudos de graves deficiências e ações de governança” por parte da empresa chinesa, com o objetivo de “garantir que um suprimento suficiente de seus chips permaneça disponível na Europa”.

Em resposta, Pequim teria bloqueado a comunicação entre a Nexperia e sua fábrica chinesa, restringindo a exportação dos componentes eletrônicos. Essa situação impacta o acesso das montadoras europeias aos semicondutores, com risco de paralisar a produção, afetando montadoras como Volkswagen e Stellantis.

Recentemente, a unidade chinesa da Nexperia teria retomado a produção e distribuição para fornecedores locais, de notícias. No entanto, todas as vendas seriam realizadas em yuan, a moeda chinesa, em vez de moedas estrangeiras. A unidade chinesa teria instruído os compradores a vender os semicondutores também em yuans, buscando estabelecer uma operação independente da unidade da Nexperia na Holanda. A unidade holandesa estaria buscando parcerias fora da China, alertando os consumidores sobre não garantir a qualidade da produção na subsidiária chinesa.

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