Nova esperança: combinação de drogas reduz mortalidade por câncer de próstata

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Uma inovadora combinação de medicamentos surge como uma promessa para pacientes que enfrentam o retorno do câncer de próstata após intervenções cirúrgicas ou radioterapia. Estudos clínicos apontam para uma redução significativa de mais de 40% no risco de morte com a adição do fármaco enzalutamida à terapia hormonal, tratamento já comumente utilizado nesses casos.

Os resultados notáveis foram apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) em Berlim e publicados no “The New England Journal of Medicine”.

O estudo envolveu mais de mil pacientes, distribuídos em 244 centros de pesquisa em 17 países, todos diagnosticados com câncer de próstata recorrente bioquimicamente de alto risco. Este diagnóstico é caracterizado pelo aumento rápido dos níveis de antígeno prostático específico (PSA) no sangue após cirurgia ou radioterapia. O PSA é uma proteína utilizada na detecção do câncer de próstata, e o aumento acelerado de seus níveis após o tratamento é um forte indicativo de que o câncer pode retornar e se espalhar, frequentemente atingindo ossos ou coluna.

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Os pacientes foram divididos aleatoriamente em três grupos para avaliar a eficácia de diferentes abordagens terapêuticas: terapia hormonal padrão isoladamente, enzalutamida isoladamente e a combinação de terapia hormonal com enzalutamida.

Após um período de acompanhamento de oito anos, constatou-se que o grupo que recebeu a terapia combinada apresentou uma redução de 40,3% no risco de morte em comparação com os demais grupos.

Especialistas enfatizam que esses resultados representam um avanço significativo no tratamento do câncer de próstata. A terapia combinada tem o potencial de se tornar o novo padrão de tratamento para pacientes com câncer de próstata recorrente bioquimicamente de alto risco, oferecendo uma esperança renovada e melhorando significativamente as chances de sobrevida. Ressaltam ainda que a enzalutamida já possui aprovação e está listada nas diretrizes de tratamento, o que facilita sua implementação na prática clínica.

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