Nova esperança para visão com anestesia em casos de ambliopia

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Um estudo inovador do Instituto Picower para Aprendizagem e Memória, do MIT, revela uma abordagem promissora para restaurar a visão em casos de ambliopia, condição que afeta a percepção visual em um dos olhos. A pesquisa sugere que a anestesia temporária da retina do olho amblíope pode desencadear uma recuperação parcial da resposta visual, mesmo em indivíduos adultos.

A ambliopia se desenvolve na infância, quando um dos olhos envia menos informações visuais ao cérebro, levando o órgão a priorizar o outro olho. Os tratamentos existentes para essa condição geralmente são eficazes apenas nos primeiros anos de vida, período em que as conexões neurais ainda estão em formação.

Estudos anteriores já haviam demonstrado que a anestesia do olho saudável poderia beneficiar o olho amblíope. No entanto, o novo estudo, publicado na revista Cell Reports, aponta para uma alternativa ainda mais promissora: a inativação temporária do próprio olho afetado. Essa abordagem representaria um avanço significativo, pois não exigiria intervenção no olho com visão normal.

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Os pesquisadores administraram tetrodotoxina (TTX) para desativar temporariamente a retina de camundongos por um período de alguns dias. A interrupção dos sinais visuais resultou em disparos sincronizados de neurônios no núcleo geniculado lateral, um padrão semelhante ao observado durante o desenvolvimento visual inicial.

Essa regressão temporária a um estado mais jovem parece permitir o fortalecimento das conexões do olho amblíope. A equipe demonstrou ainda que essas rajadas neuronais dependem de um canal de cálcio específico. Ao desativar geneticamente esse canal, a anestesia perdeu sua capacidade de promover melhoras na visão.

Uma semana após o tratamento, foi observado um aumento significativo na resposta cortical ao olho amblíope. Os pesquisadores se mostram otimistas, embora ressaltem a necessidade de realizar novos testes em outras espécies antes de iniciar estudos em humanos. A equipe está cautelosamente animada com os resultados, indicando que a abordagem abre um novo caminho para o tratamento da ambliopia em pacientes que antes não tinham opções.

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