Nova fase da operação mira núcleo de fraudes milionárias no inss

A mais recente etapa da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU), atingiu o núcleo central do esquema criminoso que desviou recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação foi divulgada pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o caso.
Segundo o senador, a operação desmantelou a “quadrilha que tomou de assalto as aposentadorias brasileiras”, prendendo figuras-chave envolvidas nos desvios. A ação se concentrou em indivíduos que, por anos, facilitaram o desconto ilegal de mensalidades associativas de milhões de aposentados e pensionistas em todo o país.
Um dos principais alvos da operação foi o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Procurador federal de carreira, ele já havia ocupado a chefia da Procuradoria Federal Especializada junto ao INSS entre 2011 e 2017. Stefanutto havia assumido a presidência da autarquia em julho de 2023, sendo indicado pelo então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. Ele foi afastado do cargo por decisão judicial e exonerado após a primeira fase da Operação Sem Desconto, em abril.
A operação também alcançou o ex-ministro do Trabalho e Previdência Social do governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira, o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG) e o deputado estadual Edson Cunha de Araújo (PSS-MA).
Pettersen é investigado por supostamente ter vendido um avião a uma das entidades associativas sob investigação. Já Araújo ocupa o cargo de vice-presidente da Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA).
O presidente da CPMI, Carlos Viana, revelou que outros parlamentares também estão sob investigação por suspeitas de envolvimento no esquema de fraudes nas mensalidades associativas. Segundo ele, os responsáveis pelos desvios se dividiam em três níveis: políticos que recebiam pagamentos para manter servidores corruptos em cargos-chave, servidores públicos que atuavam para garantir a continuidade dos desvios e operadores responsáveis pelos saques e desvio do dinheiro. A atual fase da operação focou principalmente na prisão de integrantes do terceiro escalão.
A CPMI agora busca identificar quem auxiliou e se beneficiou do esquema, com o objetivo de responsabilizar todos os envolvidos.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

