Novembro fecha com soja em alta, mas clima instável preocupa o setor
Novembro findou com um cenário de preços levemente mais favoráveis para a soja no mercado brasileiro, embora o ritmo de negociações permaneça comedido. A valorização observada nos contratos futuros da Bolsa de Chicago (CBOT) não impulsionou de forma significativa as vendas internas, com produtores optando por aguardar oportunidades mais lucrativas e atentos ao desenvolvimento das lavouras.
No que tange à variação dos preços durante o mês, a saca de 60 quilos apresentou oscilações discretas em diferentes praças. Em Passo Fundo (RS), o preço saltou de R$ 134,00 para R$ 136,00. Cascavel (PR) registrou um aumento de R$ 134,00 para R$ 135,00. Em Rondonópolis (MT), houve um recuo, de R$ 125,50 para R$ 124,00. Já no Porto de Paranaguá, referência para o mercado nacional, a saca avançou de R$ 140,00 para R$ 142,00.
Na CBOT, os contratos com vencimento em janeiro subiram 1,46% no mês, fechando a sessão de 26 de novembro cotados a US$ 11,31 ½ por bushel. Esse movimento foi influenciado pela retomada das compras de soja americana por parte da China, embora o ritmo ainda seja inferior ao esperado após os acordos comerciais firmados entre os países.
Além da demanda chinesa, o mercado acompanha de perto o desenvolvimento da safra brasileira, que enfrentou atrasos no plantio em algumas regiões do Centro-Norte do país devido à escassez de chuvas. Apesar de potenciais impactos na produtividade em áreas específicas, as condições climáticas não devem impedir que o Brasil colha a maior safra de sua história.
O impacto positivo da valorização em Chicago sobre os preços domésticos foi atenuado pela queda dos prêmios e pela desvalorização do dólar frente ao real. A moeda americana recuou 0,53% em novembro, encerrando o mês cotada próxima a R$ 5,35.
A safra brasileira de soja para 2025/26 tem uma estimativa de produção em torno de 178,76 milhões de toneladas, representando um aumento de 4% em relação à temporada anterior, que alcançou 171,84 milhões de toneladas. A área plantada deve crescer 1,4%, atingindo 48,31 milhões de hectares, em comparação com os 47,64 milhões de hectares cultivados na safra 2024/25. A produtividade média prevista é de 3.719 quilos por hectare.
Os ajustes na produção refletem principalmente as condições climáticas no Centro-Norte do país, que sofreu com chuvas irregulares e atraso no plantio. Apesar disso, a expectativa geral é de uma safra robusta em 2026, com uma produção estimada em torno de 178,7 milhões de toneladas.

