O lado desconhecido da obesidade no Brasil que preocupa médicos
A obesidade no Brasil representa riscos graves à saúde, afetando milhões e exigindo atenção precoce e hábitos de vida saudáveis.

A obesidade no Brasil segue sendo uma preocupação crescente para a saúde pública. Segundo dados recentes, cerca de 16,6% das mortes registradas no país estão diretamente relacionadas ao excesso de peso, mostrando que a doença não escolhe idade e pode trazer complicações graves. O impacto é tão relevante que especialistas reforçam a necessidade de atenção mesmo antes do surgimento de sintomas, uma vez que o corpo já pode estar passando por alterações metabólicas que favorecem o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes e até alguns tipos de câncer.
O médico e pós-graduado em nutrologia, Dr. Danilo Almeida, explica que a obesidade é uma condição multifatorial, influenciada por genética, hábitos alimentares, fatores emocionais e ambientais. Ele destaca que o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) ainda é uma das formas mais comuns de identificar o sobrepeso: valores iguais ou acima de 25 indicam sobrepeso, enquanto 30 ou mais configuram obesidade. Apesar disso, muitas pessoas se sentem bem fisicamente e subestimam os riscos, o que pode levar a complicações silenciosas ao longo do tempo.
Entre os sinais iniciais do excesso de peso estão o cansaço constante, a queda de produtividade, a dificuldade para dormir e alterações no metabolismo, como resistência à insulina. Dr. Danilo também alerta para problemas ligados à saúde mental, que podem dificultar o controle do peso, e reforça que o tratamento da obesidade deve considerar todos os fatores envolvidos, incluindo aspectos emocionais e fisiológicos.
Recentemente, o uso das chamadas “canetas emagrecedoras” ganhou popularidade, mas o especialista ressalta que a medicação sozinha não trata a causa do ganho de peso. “Essas ferramentas podem ajudar na redução do apetite, mas não resolvem questões emocionais ou alterações metabólicas que levaram ao excesso de peso”, explica. Ele ainda aponta que alterações na microbiota intestinal e desregulação hormonal também podem influenciar a absorção de calorias e o gasto energético, tornando mais difícil a perda de peso em algumas pessoas, mesmo com alimentação controlada e exercícios.
Para uma alimentação saudável e equilibrada, Dr. Danilo recomenda priorizar alimentos naturais, reduzir produtos industrializados, manter uma rotina de exercícios físicos, garantir sono de qualidade e controlar o estresse. Ele também ressalta que a suplementação proteica pode ajudar a atingir metas nutricionais de forma prática, especialmente quando a rotina diária impede a preparação adequada das refeições.
O alerta sobre a obesidade no Brasil é claro: a prevenção deve começar cedo, com atenção aos hábitos de vida e acompanhamento médico, pois o excesso de peso não traz apenas alterações estéticas, mas sérios riscos à saúde física e mental da população.