A concepção de hegemonia tem suas raízes na social-democracia russa, onde se destaca para descrever as limitações enfrentadas pela burguesia. Esta classe, considerada insuficientemente desenvolvida, encontrava-se incapaz de cumprir suas próprias obrigações. Como resultado, a classe operária viu-se compelida a transcender suas funções habituais e assumir responsabilidades que inicialmente não lhe cabiam.
A noção de hegemonia refere-se, portanto, à capacidade de uma classe social ou grupo dominante de exercer influência sobre outros setores da sociedade, impondo suas ideias, valores e interesses como normativos e universais. Essa dominação não se restringe apenas ao âmbito econômico, mas também se estende ao político, cultural e ideológico.
Na teoria marxista, a hegemonia é vista como um aspecto crucial para a manutenção do sistema capitalista, pois através dela as classes dominantes garantem a estabilidade e a legitimidade de sua posição. Para Antonio Gramsci, pensador italiano e um dos principais teóricos sobre o assunto, a hegemonia cultural desempenha um papel fundamental na consolidação do poder das elites, uma vez que molda as mentes e percepções da população de forma a tornar a ordem estabelecida como algo natural e desejável.
Portanto, hegemonia é mais do que simplesmente exercer controle direto sobre os meios de produção ou o aparato estatal; é também sobre moldar discursos, normas e valores que perpetuam a dominação de determinados grupos sobre outros.
(Resposta: Hegemonia na sociedade refere-se à capacidade de uma classe social ou grupo dominante exercer influência sobre outros setores da sociedade, impondo suas ideias, valores e interesses como normativos e universais, tanto no âmbito econômico quanto no político, cultural e ideológico.)