Omeprazol: risco de demência? entenda a relação, segundo especialistas

Amplamente utilizado no Brasil e no mundo para tratar úlceras estomacais e intestinais, o omeprazol tem sido alvo de investigações sobre seus possíveis efeitos colaterais. Estudos preliminares levantaram a hipótese de uma ligação entre o uso de omeprazol e outros inibidores de bomba de prótons (IBPs), como pantoprazol e esomeprazol, e o desenvolvimento de demência em pacientes.
No entanto, especialistas ponderam que a relação entre o medicamento e a demência é complexa e exige análise cautelosa. Uma análise observacional inicial sugeriu a associação, mas não estabeleceu uma relação direta de causa e efeito. Estudos mais amplos, com amostras significativas de pacientes (mais de 250 mil), não confirmaram essa ligação.
De acordo com neurologistas, existe uma ligação indireta entre o uso indiscriminado de omeprazol e a demência. O medicamento em si não causa o problema cognitivo, mas pode facilitar deficiências que interferem no metabolismo cerebral.
O ácido gástrico, cuja produção é suprimida pelo omeprazol, desempenha um papel crucial na liberação da vitamina B12 dos alimentos. O uso prolongado do medicamento pode levar à diminuição da absorção dessa vitamina, resultando em sintomas como fadiga, formigamento, lapsos de memória e dificuldade de concentração. A boa notícia é que, nesses casos, a suplementação de vitamina B12 pode reverter o quadro.
Especialistas enfatizam que o omeprazol não deve ser demonizado, mas utilizado de forma controlada e por tempo determinado, sob orientação médica. A recomendação é usar a menor dose eficaz pelo menor tempo possível, com reavaliações médicas regulares. O uso prolongado do medicamento também está associado a um maior risco de infecções intestinais e alterações na microbiota, embora não haja evidências científicas que o liguem diretamente a alterações cognitivas. Portanto, cautela e acompanhamento médico são fundamentais ao utilizar o omeprazol.



