Ouro ultrapassa barreira histórica e atinge valor recorde de US$ 30 trilhões

O ouro atinge capitalização de US$ 30 trilhões e supera o Bitcoin, impulsionado por tensões entre EUA e China e alta demanda global.

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O ouro fez história em 16 de outubro ao se tornar o primeiro ativo a alcançar uma capitalização de mercado de US$ 30 trilhões, com o preço atingindo US$ 4.380 por onça. O marco foi impulsionado por uma forte alta de mais de 60% em 2025, resultado direto da crescente incerteza geopolítica e da demanda dos bancos centrais. Enquanto isso, o Bitcoin registrou queda expressiva, negociado abaixo de US$ 108 mil, refletindo o impacto das recentes tensões comerciais entre Estados Unidos e China.

O aumento do valor do ouro ganhou força após o anúncio do presidente Donald Trump, que confirmou tarifas de 100% sobre as importações chinesas. A decisão provocou uma liquidação de US$ 19 bilhões em criptomoedas em apenas um dia, no último 10 de outubro. O resultado foi um enfraquecimento do Bitcoin frente ao ouro, ampliando a diferença entre os dois ativos.

Segundo dados de mercado, a capitalização do ouro agora é 14,5 vezes superior à do Bitcoin, atualmente avaliado em cerca de US$ 2,1 trilhões. A criptomoeda, que vinha de uma alta recente de US$ 126 mil, perdeu força e caiu para a faixa dos US$ 108 mil, acumulando uma desvalorização de 32% em relação ao ouro desde agosto.

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O economista Peter Schiff, conhecido crítico das criptomoedas, declarou que “o ouro está comendo o almoço do Bitcoin”, prevendo um mercado de baixa para o ativo digital. Em resposta, o cofundador da Binance, Changpeng Zhao, ironizou a afirmação, destacando que o Bitcoin saiu de US$ 0,004 para US$ 110 mil em 16 anos, e que previsões negativas como as de Schiff representam “apenas 1% da história do Bitcoin”.

Os investidores institucionais também contribuíram para a pressão sobre o mercado cripto. Em 13 de outubro, os ETFs de Bitcoin registraram US$ 326 milhões em saídas, a maior retirada diária desde o último colapso do setor. Apenas o iShares Bitcoin Trust seguiu o caminho oposto, registrando US$ 60,3 milhões em entradas.

Especialistas afirmam que o cenário atual se assemelha ao observado em 2018, quando tarifas entre EUA e China também derrubaram o Bitcoin abaixo dos US$ 6 mil. Agora, alguns analistas estimam que, se o padrão continuar, a criptomoeda pode cair para US$ 90 mil, o que representaria uma correção de 30%. Mesmo assim, há quem mantenha um tom otimista, lembrando que o Bitcoin costuma ter suas melhores altas na segunda metade de outubro.

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