Panelas antiaderentes: risco oculto na sua cozinha? entenda os perigos
Panelas antiaderentes, sinônimo de praticidade e facilidade na cozinha, podem representar um risco maior do que se imagina para a saúde. O revestimento antiaderente, geralmente feito de teflon, pode liberar substâncias tóxicas, especialmente quando exposto a altas temperaturas.
O teflon, ou politetrafluoroetileno (PTFE), torna-se perigoso quando aquecido acima de 260 °C. Nessas condições, o material pode liberar gases tóxicos que, ao serem inalados, podem causar problemas respiratórios. Nos Estados Unidos, em 2023, foram registrados 265 casos suspeitos de “gripe do teflon”, segundo os Centros de Informação Toxicológica dos Estados Unidos.
A exposição aos gases liberados pelo teflon superaquecido pode desencadear sintomas como febre, tosse, calafrios, fadiga, tonturas e dor de cabeça. Essa condição, conhecida como “febre dos fumos de polímero”, é uma reação temporária à inalação de vapores tóxicos.
Além da liberação de gases em altas temperaturas, panelas antiaderentes arranhadas representam outro perigo. Um estudo da Universidade de Newcastle, na Austrália, revelou que arranhões em panelas antiaderentes podem liberar milhões de microplásticos tóxicos nos alimentos e no ambiente doméstico. Esses microplásticos, invisíveis a olho nu, se desprendem do revestimento danificado e podem ser ingeridos sem que a pessoa perceba.
Entre as substâncias liberadas estão os PFAS, conhecidos como “químicos eternos” devido à sua persistência no corpo e no meio ambiente. Os PFAS estão associados a problemas de saúde, como alterações na tireoide. A pesquisa australiana indicou que um arranhão de apenas cinco centímetros pode liberar cerca de 2,3 milhões de microplásticos.
O maior perigo relacionado às panelas antiaderentes está associado ao PFOA (perfluorooctanóico), um composto utilizado no processo de fabricação. No entanto, a utilização desse composto tem sido descontinuada há cerca de uma década. Portanto, panelas compradas recentemente provavelmente não contêm essa substância. Outros PFAS, contudo, ainda são utilizados, e seus impactos a longo prazo ainda estão sendo estudados.
Para minimizar os riscos, é fundamental seguir as instruções de uso das panelas antiaderentes, mantendo a superfície intacta e evitando o superaquecimento acima de 260 graus. Caso a panela esteja arranhada ou danificada, é recomendável substituí-la.
Panelas fabricadas em aço cirúrgico, cerâmica e vidro são apontadas como alternativas mais seguras, porém, é recomendável verificar a procedência da marca.
