Para a corteva, pior já passou globalmente, mas brasil ainda preocupa
A Corteva vislumbra um horizonte mais estável para o mercado global de insumos agrícolas. A multinacional projeta que o próximo ano será marcado por preços mais equilibrados e uma demanda superior à observada neste ano. Contudo, o Brasil se apresenta como um ponto de atenção nesse cenário otimista.
Chuck Magro, CEO da Corteva, em análise recente, indicou que a expectativa é fechar o ano seguinte com uma queda de um dígito médio nos preços. Segundo o executivo, este cenário representa uma melhoria significativa em relação ao ano anterior, que registrou um declínio acentuado de dois dígitos.
Olhando para 2026, Magro expressou confiança em um desempenho ainda mais robusto para a divisão de defensivos, impulsionado principalmente pelo aumento de volume. A projeção é de um Ebitda de US$ 4,1 bilhões, representando um crescimento de um dígito médio em relação ao ano anterior.
Embora a estabilidade de preços seja esperada em grande parte do mundo, o Brasil ainda enfrenta desafios. Magro ressaltou que a região que menos inspira confiança em termos de preços é o Brasil. Apesar do volume se manter saudável devido ao aumento da área plantada, a estabilização de preços ainda é uma questão pendente.
Com a perspectiva de preços estáveis nas demais regiões, Magro estima um crescimento de um dígito baixo para a indústria de defensivos em 2026.
No trimestre encerrado em setembro, a receita de defensivos da Corteva na América Latina apresentou uma queda de 2%, totalizando US$ 770 milhões. Em contraste, globalmente, houve um aumento de 13%, atingindo US$ 2,6 bilhões. O Ebitda, por sua vez, mais que dobrou, alcançando US$ 49 milhões.
Juntamente com os dados do trimestre, a Corteva revisou sua projeção para o ano, estimando agora um Ebitda entre US$ 3,8 bilhões e US$ 3,9 bilhões, com melhoria de margem e de lucro por ação.
Magro enfatizou que as aplicações de defensivos estão crescendo em todo o mundo. Ainda aguarda os resultados do segundo semestre no Brasil, mas observa um escoamento consistente de produtos nos canais de distribuição, com estoques em níveis normais.
Em relação ao mercado de crédito brasileiro, os executivos da Corteva sinalizaram uma diminuição nas perdas em comparação com o ano anterior. David Johnson, CFO da Corteva, destacou que a multinacional melhorou em algumas centenas de basis points suas perdas em relação às contas a receber, investindo significativamente na redução do risco dessa linha do balanço.
A companhia tem intensificado o uso de operações de barter, que já representam 40% das vendas da Corteva no Brasil. No Mato Grosso, por exemplo, as multinacionais financiaram 30% da safra 2024/25.
Além dos defensivos, a Corteva almeja expansão na divisão de sementes. Magro mencionou a forte demanda no Brasil por sementes de milho para a safrinha, que já impactou positivamente os resultados do terceiro trimestre.
A empresa planeja crescer no Brasil com a marca Conkesta, de sementes de soja. Atualmente com cerca de 8% do mercado, a Corteva busca atingir dois dígitos em 2026 e alcançar um terço do mercado brasileiro até 2030.



