Participação dos cortes impulsiona exportação de frango, mas receita do inteiro despenca

Exportações brasileiras de carne de frango mantêm tendência de crescimento, com os cortes de frango consolidando sua posição como principal produto de exportação. As vendas de cortes atingiram aproximadamente 4,250 milhões de toneladas, representando uma fatia cada vez maior do volume total exportado.
Comparando os dez primeiros meses deste ano com o mesmo período do ano anterior, a participação dos cortes no total das exportações saltou de pouco mais de 74% para cerca de 76%. Esse aumento na participação, no entanto, não foi suficiente para blindar o setor de perdas financeiras.
A queda nos preços médios impactou negativamente a receita. Os cortes de frango, apesar do aumento no volume exportado, sofreram uma redução de 2,15% no preço médio, o que resultou em uma queda de 2,02% na receita.
Entretanto, o maior baque financeiro veio da exportação de frangos inteiros. Apesar de uma queda menor no preço médio, inferior a 1%, o volume embarcado sofreu uma retração superior a 6%. Essa combinação levou a uma diminuição de 8,21% na receita, representando uma perda de aproximadamente US$ 125 milhões. Este valor corresponde a quase 68% do total a menos faturado neste ano, que foi de cerca de US$ 184 milhões. Em comparação, a perda com os cortes foi menor, não chegando a US$ 118 milhões.
A análise revela que as perdas com o produto in natura, que engloba frangos inteiros e cortes, superam as perdas totais do setor. Esse cenário é atenuado pelo desempenho positivo dos produtos industrializados e da carne de frango salgada, que registraram aumento na receita, ajudando a minimizar o recuo da receita total.
Apesar disso, a contribuição dos industrializados e da carne de frango salgada para o total das exportações ainda é relativamente pequena, representando não mais que 9%. Contudo, ambos os segmentos aumentaram sua participação em relação aos dez primeiros meses do ano passado. Os industrializados cresceram 1,5%, enquanto a carne de frango salgada expandiu-se em quase 2%, apesar de o volume exportado ter recuado mais de 18%.
Fonte: www.avisite.com.br

