PND 2025: idadismo é tema central em questão discursiva
A Prova Nacional Docente (PND), aplicada neste domingo (26), propôs uma reflexão profunda sobre o idadismo como um desafio social e educacional presente no Brasil. A questão discursiva da prova abordou o conceito de idadismo, também conhecido como etarismo, definido como preconceito, estereótipo ou discriminação contra indivíduos ou grupos com base na idade.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) destacou que o enunciado da questão visava estimular os candidatos a combater estereótipos e práticas discriminatórias relacionadas à idade, promovendo a integração entre diferentes gerações no ambiente escolar. O texto base para a elaboração da resposta foi extraído do Relatório Mundial sobre o Idadismo de 2023, produzido pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Espera-se que os participantes da PND abordassem em seus textos os efeitos das diferenças entre gerações no contexto escolar, propondo ao menos uma atividade de combate ao idadismo que promovesse a integração intergeracional nas unidades de ensino.
Para auxiliar na construção do texto discursivo, os mais de 1,08 milhão de inscritos na prova tiveram acesso a textos motivadores, que tinham como objetivo fornecer o recorte temático e contextualizar o candidato sobre o assunto.
Entre os textos disponibilizados, estava o artigo 22º do Estatuto do Idoso, que propõe a inserção de conteúdos sobre envelhecimento e valorização da pessoa idosa nos currículos escolares. Além disso, foi apresentado um trecho da obra “À Sombra Desta Mangueira”, do educador Paulo Freire, que reflete sobre a juventude e a velhice como atitudes diante da vida e da aprendizagem.
Além da questão discursiva, os participantes responderam a questões objetivas de formação geral docente e do componente específico das 17 áreas da licenciatura.
A prova com conteúdo de formação geral incluiu 30 questões objetivas e uma discursiva, elaboradas a partir de temas ligados à formação de um professor. A parte específica contou com 50 questões de múltipla escolha, voltadas ao conteúdo e às habilidades próprias de cada uma das licenciaturas, como artes visuais, ciências biológicas, matemática, entre outras.
A prova tem a mesma matriz da avaliação teórica do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) das Licenciaturas, que, desde 2024, foca nos cursos de formação docente.
A Prova Nacional Docente (PND) não é uma certificação pública para o ofício de professor, nem um concurso. O exame, criado pelo Ministério da Educação (MEC) para avaliar o nível de conhecimento e a formação dos futuros professores das licenciaturas, tem o objetivo de auxiliar estados e municípios a selecionarem professores para as suas redes de ensino. A iniciativa faz parte do programa Mais Professores para o Brasil, que reúne ações de reconhecimento e qualificação do magistério da educação básica e de incentivo à docência no país.


