Polícias envolvidos em exploração de imigrantes “fragilizam, mas não abalam” instituições

A recente detenção de dez membros da Guarda Nacional Republicana (GNR) e um agente da Polícia de Segurança Pública (PSP), envolvidos em uma rede de auxílio à imigração ilegal e exploração de imigrantes, representa um golpe na imagem das organizações, mas não as abala fundamentalmente. A afirmação foi feita à agência Lusa por um dirigente do OSCOT, que ponderou sobre o impacto do caso nas instituições.
O dirigente reconheceu que a presença de funcionários públicos em redes criminosas inevitavelmente prejudica a reputação das organizações estatais. Contudo, ele minimizou o impacto geral, argumentando que “uma árvore não compromete a floresta” e que as instituições são robustas o suficiente para resistir a esses casos isolados.
Ele enfatizou a importância e dignidade da GNR e da PSP para o Estado e a sociedade, reiterando que o escândalo, embora prejudicial, não compromete a solidez dessas instituições.
Apesar de minimizar o impacto, o dirigente destacou a necessidade de vigilância constante por parte das hierarquias. É crucial que as investigações sejam conduzidas de maneira exemplar e que, comprovada a prática de crimes que comprometam o Estado e as instituições, os responsáveis sejam afastados. Essa ação serve como exemplo para a sociedade e demonstra o compromisso das organizações em combater esses fenômenos.
A operação da Polícia Judiciária (PJ) resultou na detenção de 17 pessoas, incluindo os militares da GNR e o agente da PSP, desmantelando uma organização criminosa que controlava centenas de trabalhadores nas regiões de Beja, Portalegre, Figueira da Foz e Porto. A investigação apura crimes como auxílio à imigração ilegal, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
As autoridades indicam que a organização criminosa exercia controle sobre centenas de trabalhadores estrangeiros, muitos em situação irregular no país. A rede, composta majoritariamente por cidadãos portugueses, explorava os imigrantes, forjando documentos para facilitar seu trabalho em Portugal.
De acordo com a PJ, a organização utilizava empresas de trabalho temporário para explorar a vulnerabilidade dos trabalhadores, cobrando por alojamento e alimentação e mantendo-os sob coação, inclusive com relatos de ofensas à integridade física. A maioria das vítimas da rede é de origem indostânica.
Fonte: www.noticiasaominuto.com


