Prazer em excesso: quando a masturbação se torna um problema?

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A masturbação, frequentemente vista com preconceito, é um ato natural que pode trazer benefícios para o corpo e a mente. Ajuda a diminuir o estresse, melhora o humor, aprofunda o conhecimento da própria sexualidade e promove o relaxamento muscular. É uma forma de manter-se sexualmente ativo, com ou sem parceiro. Mas, quando essa prática se torna compulsiva, quais os riscos para a saúde?

A masturbação esporádica e equilibrada não está relacionada a problemas de saúde, e não há uma relação causal entre o hábito e a infertilidade. No entanto, o excesso pode trazer consequências. Não existe uma definição médica exata sobre o que seria masturbação em excesso, mas especialistas concordam que ela se torna um problema quando afeta a vida cotidiana.

Isso ocorre quando a pessoa sente necessidade de praticar o ato diversas vezes ao dia, em locais inadequados, colocando-se em situações constrangedoras ou de risco. Pensamentos obsessivos podem dificultar atividades como trabalhar e estudar.

A masturbação em excesso também pode interferir no campo amoroso e sexual, dificultando o prazer durante uma relação a dois. O corpo, acostumado com um único estímulo, pode ter dificuldade em atingir o orgasmo por outras vias.

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Fisicamente, o ato pode causar assaduras nos órgãos genitais devido ao excesso de fricção, e enrijecimento e dor nas articulações das mãos. O problema maior, porém, é a dependência psicológica, especialmente se associada ao consumo frequente de pornografia.

A pornografia, combinada com a masturbação em excesso, pode criar expectativas irreais sobre as relações sexuais. A obsessão pode levar a problemas de relacionamento, com a pessoa buscando reproduzir uma performance que só existe na ficção. No ato sexual, essa ansiedade pode gerar falta de lubrificação nas mulheres e disfunção erétil ou ejaculação precoce nos homens. Em ambos os casos, pode haver dificuldade em atingir o orgasmo.

É importante buscar ajuda quando a quantidade de vezes que a pessoa se masturba aumenta consideravelmente, afetando a vida social, e quando surgem sentimentos negativos como peso emocional, arrependimento, mal-estar ou culpa.

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Os tratamentos para masturbação em excesso variam e precisam ser individualizados, identificando as causas do problema. Geralmente, incluem terapia cognitivo-comportamental, aconselhamento individual ou em grupo e, em alguns casos, medicação.

Quando realizada sem prejuízos, a masturbação pode trazer benefícios, inclusive na prevenção de doenças como o câncer de próstata. Uma pesquisa da Universidade de Harvard concluiu que homens que ejaculavam 21 vezes ou mais por mês (por meio de relação sexual ou masturbação) diminuíam em 33% o risco de desenvolver a doença.

Entre as mulheres, a masturbação pode ter efeitos positivos durante a TPM e o ciclo menstrual. O orgasmo libera endorfina e dopamina, hormônios com funções analgésicas e associados ao prazer, que podem ajudar a combater cólicas e irritação.

Em resumo, evitando os excessos e respeitando os próprios limites, a masturbação pode ser uma prática saudável, aliada à saúde física e mental.

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