Preço do açúcar pode subir levemente em 2026 após queda
Após uma queda acentuada, o mercado de açúcar sinaliza uma possível recuperação em 2026. Um estudo recente aponta para um “leve rebote” nos preços da commodity, após uma retração significativa observada em 2025.
A análise projeta que, após uma queda de 24% no acumulado de 2025, os preços do açúcar deverão se estabilizar em uma faixa entre 14 e 15 centavos de dólar por libra-peso. No entanto, o cenário para o ano seguinte indica uma possível alta, com a commodity sendo negociada a uma média entre 16 e 17 centavos de dólar por libra-peso.
A avaliação é de que o preço do açúcar já atingiu o seu ponto mais baixo, após uma queda mais expressiva do que o esperado, influenciada pela ausência de grandes interrupções na oferta do Brasil e por um início de safra relativamente favorável na Índia.
Entretanto, alguns fatores podem impulsionar os preços para cima. Entre eles, destacam-se o potencial aumento no direcionamento da cana para a produção de etanol, o crescimento das importações da China e os níveis de exportação da Índia, que se encontram abaixo do normal.
A demanda por açúcar, impulsionada pelo crescimento econômico e populacional, juntamente com a capacidade de estocagem prolongada sem perda de qualidade, são elementos importantes a serem considerados. Nesse contexto, a demanda chinesa poderá superar as expectativas, à medida que o país busca aumentar seus estoques aproveitando os preços mais baixos.
Em setembro, as importações da China já surpreenderam, atingindo 800 mil toneladas, principalmente do Brasil, superando as projeções da indústria, que estimavam 500 mil toneladas.
O aumento da produção de etanol no Brasil, impulsionado pela demanda crescente e pelos preços atrativos, pode contribuir para o aumento no preço do açúcar em 2026. As margens elevadas da gasolina nos Estados Unidos também favorecem a produção de etanol.
Questões geopolíticas e as eleições presidenciais no Brasil no próximo ano podem aumentar a demanda e gerar prêmios significativos. As tarifas americanas sobre o açúcar continuam em vigor e a perspectiva é de que permaneçam. Apesar de produzir a partir da beterraba, os EUA são um forte importador, principalmente do Brasil.
Em 2026, espera-se uma recomposição dos estoques globais, após três anos consecutivos de déficit no mercado mundial de açúcar. A projeção é de um superávit global de 3,1 milhões de toneladas.
O Brasil, líder no mercado mundial, deve produzir 40 milhões de toneladas de açúcar na safra 2025/26, uma queda de 0,2% em relação a 2024/25. Já a Índia, em segundo lugar no ranking, deve ter um aumento expressivo na produção, de 6,2%, chegando a 32,4 milhões de toneladas.



