Produção de cebola impulsionada por novas tecnologias de sementes
A cebolicultura no Brasil está passando por uma notável evolução, impulsionada pela crescente adoção de sementes híbridas adaptadas às diversas regiões produtoras. Em 2024, a produção nacional de cebola atingiu aproximadamente 1,6 milhão de toneladas, conforme dados da Pesquisa Agrícola Municipal do IBGE. Santa Catarina, Bahia e Minas Gerais se destacam como os principais estados produtores.
O diferencial reside no perfil das sementes utilizadas. Os híbridos, cada vez mais presentes nas lavouras, proporcionam estabilidade agronômica, resistência às variações climáticas e uniformidade na colheita. Essas características se traduzem em maior produtividade e qualidade superior, especialmente em áreas onde a tecnificação agrícola já é uma realidade. Em muitos casos, os híbridos superam as variedades tradicionais em termos de rendimento e padronização dos bulbos.
Segundo um especialista em Bulbos e Raízes, o uso de híbridos permite o cultivo de um número maior de plantas por hectare, resultando em bulbos mais uniformes, maior qualidade comercial e melhor aproveitamento da área cultivada. “O posicionamento técnico correto e a escolha de materiais específicos para cada ambiente e época de cultivo têm sido determinantes para a evolução da produtividade nas principais regiões produtoras”, afirma o especialista. Em condições de manejo tecnificado, a produtividade dos híbridos pode variar entre 60 e 120 toneladas por hectare.
Entre os híbridos mais utilizados, destacam-se Samurai, Cattena e Canarana. A Cattena se destaca no Cerrado e em São Paulo, oferecendo alto potencial produtivo, coloração marcante da casca (pinhão após a cura) e ótimo rendimento de bulbos de classificação caixa 3. A Samurai, conhecida pela precocidade e uniformidade, apresenta bom desempenho em regiões exigentes como São Paulo, Cerrado e Bahia. Já a Canarana se sobressai pela estabilidade e qualidade da casca, especialmente no Nordeste.
A busca por eficiência também se estende à adoção de materiais adaptados à mecanização. Diante da escassez de mão de obra e da necessidade de otimizar processos, a colheita mecanizada tem ganhado espaço. Os produtores buscam cultivares com firmeza, boa aderência da casca e resistência ao manuseio, características essenciais para reduzir perdas e manter o padrão dos bulbos durante a operação mecanizada.
Híbridos como Lucinda e Cattena facilitam essa transição, garantindo segurança no processo, minimizando danos aos bulbos e padronizando a pós-colheita. A mecanização se torna uma alternativa viável não apenas para grandes produtores, mas também para pequenos agricultores que buscam otimizar o tempo, aumentar o rendimento operacional e reduzir a dependência de mão de obra em momentos críticos do ciclo produtivo.
Com genética mais robusta, melhor desempenho por hectare e manejo facilitado, os híbridos continuam a fortalecer seu papel na evolução da cebolicultura nacional, oferecendo aos produtores maior previsibilidade e competitividade em um mercado cada vez mais desafiador.



