Programa “governo na rua” busca fortalecer laços com as periferias do país

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Guilherme Boulos, lançou o programa “Governo na Rua” em um evento no Capão Redondo, zona sul da capital paulista. A iniciativa tem como objetivo principal ouvir as demandas da população periférica e levá-las ao governo federal. O lançamento ocorreu em um campo de futebol no Morro da Lua, reunindo moradores e lideranças locais.
Segundo Boulos, o “Governo na Rua” pretende ser um canal direto entre o governo e a população, permitindo que as vozes das periferias sejam ouvidas e consideradas na formulação de políticas públicas. “É uma iniciativa que nos permite, através do Ministério da Secretaria Geral da Presidência, ouvir as pessoas”, afirmou o ministro. “Hoje, nós fizemos aqui um exercício de escuta. Falou o entregador de aplicativo, falou a trabalhadora da escala 6 por 1, falaram jovens da região colocando as suas demandas, falaram aqui movimentos sociais de luta por moradia, falou a cultura periférica”.
O programa abrangerá todos os estados do país e também funcionará de forma online, visando aprofundar a conexão entre o governo e as periferias. Boulos ressaltou a importância de aproximar as políticas do governo federal da população que vive nas periferias, que representam uma parcela significativa do eleitorado.
A plataforma digital “Brasil Participativo” será utilizada para coletar as demandas da população através do Orçamento Participativo Digital. “O povo também tem que apresentar o que quer que esteja no orçamento do governo do Brasil”, explicou Boulos. “Nessa plataforma, é só botar seus dados, botar ali e falar, ó, na minha região a prioridade é isso aqui ou é aquilo outro. E aí todo mundo vai poder ter o seu dedo, a sua mão na decisão de para onde vai o dinheiro do governo federal”.
Durante o evento de lançamento, lideranças locais apresentaram suas demandas e expectativas em relação ao programa. Guilherme Coelho, uma liderança jovem da periferia, destacou a importância do protagonismo da juventude nas decisões do governo. “A gente não quer só ser ouvido. A gente quer ter esse protagonismo de estar junto na mesa, discutindo com a população a implantação das políticas públicas que vão servir para a gente”, disse.
Bruna Simões Miranda, coordenadora do Movimento Vida Além do Trabalho, defendeu o fim da escala 6×1 e maior atenção com a saúde mental dos trabalhadores. “A gente sabe que aqui na periferia a maioria trabalha no esquema 6×1, e o nosso movimento está pedindo para que a gente tenha mais vida, para que a gente possa ter tempo para a nossa família, e para cultuar a nossa fé”, afirmou.
Elias Pereira Freitas da Silva, conhecido como Júnior Freitas e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Direito, enfatizou a necessidade de políticas públicas voltadas aos entregadores por aplicativo e a participação da categoria nos espaços de poder. “A gente está sendo sucateado nas ruas todos os dias. Os jovens desse país estão morrendo nas ruas trabalhando para aplicativo que hoje está ganhando bilhões em cima das costas dos trabalhadores”, denunciou.
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

