No contexto da poesia na Grécia Antiga, os poetas e os rapsodos ocupavam papéis distintos, embora interligados. Enquanto o poeta era considerado aquele ser inspirado pelos deuses, capaz de criar suas próprias obras poéticas, o rapsodo tinha uma função diferente: a de recitar e imitar os trabalhos dos poetas.
Platão, através das palavras de Sócrates em seus diálogos, apresenta uma visão crítica em relação ao papel do rapsodo. Para Sócrates, o rapsodo era, em essência, um imitador da imitação. Esta crítica pode ser entendida no contexto mais amplo das discussões sobre arte e representação na filosofia grega.
Os rapsodos não eram criadores originais, mas sim intérpretes e recitadores habilidosos das obras dos poetas. Eles desempenhavam um papel crucial na disseminação e preservação da poesia, pois através de suas performances, muitas vezes em eventos públicos, levavam os trabalhos dos poetas aos ouvintes.
No entanto, a crítica de Sócrates destaca uma questão mais profunda sobre a natureza da arte e da criação. Enquanto o poeta original era considerado um ser divinamente inspirado, o rapsodo, ao imitar o trabalho do poeta, estaria em um nível ainda mais distante da verdadeira inspiração.
Assim, os poetas eram vistos como os verdadeiros criadores, enquanto os rapsodos eram hábeis intérpretes e transmissores das obras desses poetas. Ambos desempenhavam papéis importantes na cultura e na disseminação da poesia na Grécia Antiga.
(Resposta: Os rapsodos eram intérpretes e recitadores habilidosos das obras dos poetas na Grécia Antiga, sendo criticados por Sócrates por serem considerados imitadores da imitação.)