Reabertura de mercados estrangeiros deve impulsionar preços do frango

A reabertura dos mercados da Europa e da China para as exportações brasileiras de carne de frango sinaliza um possível aumento nos preços médios do setor no último trimestre de 2025. A expectativa surge após o levantamento de restrições temporárias impostas por ambas as regiões, em decorrência de um caso de gripe aviária registrado em maio.
Com a normalização das relações comerciais, empresas do setor projetam uma melhora nas margens de lucro e uma diminuição da pressão sobre mercados menos rentáveis. Durante o período de restrições, algumas companhias precisaram redirecionar cortes de maior valor agregado para destinos menos lucrativos. A expectativa é que, com o acesso renovado ao mercado europeu, essa pressão diminua, impulsionando as margens de lucro.
A China desempenha um papel crucial na valorização da carcaça do frango, uma vez que o país asiático oferece preços mais elevados por cortes específicos. A retomada das exportações para a China, portanto, tem o potencial de elevar automaticamente o preço médio do produto. Embora o volume total exportado ao longo de 2025 possa ser limitado pelos efeitos dos embargos anteriores, a simples possibilidade de voltar a acessar esses mercados já exerce um impacto positivo sobre os preços.
A Seara, por exemplo, registrou um volume recorde de embarques no terceiro trimestre, resultado da estratégia de redirecionar cargas para compensar as restrições impostas pelos mercados chinês e europeu. Essa manobra elevou a margem EBITDA da empresa para 13,7%. A expectativa é de uma normalização gradual do fluxo global de exportações.
No mercado interno, a demanda por carne de frango permanece aquecida, especialmente para itens sazonais de fim de ano. A operação de Natal, que inclui produtos tradicionais como o Fiesta, deve apresentar um desempenho robusto, impulsionada por uma forte demanda dos varejistas. Tanto os produtos festivos quanto os itens de consumo diário têm apresentado um bom desempenho, sustentando volumes consistentes.
A reabertura do mercado chinês também representa uma oportunidade para outras empresas do setor. A medida pode reverter a queda nos preços do frango in natura, registrada no terceiro trimestre após o embargo. A suspensão das vendas para a China, decorrente do caso de gripe aviária no Rio Grande do Sul, exerceu pressão sobre os preços internos.
Com a retomada das compras chinesas, espera-se que os preços se recuperem. Uma das empresas, inclusive, possui uma unidade de produção na China, o que representa uma vantagem competitiva nesse mercado.
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor. Foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne, um aumento de 8,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram embarcadas 463,5 mil toneladas. A expectativa é que a retomada das exportações para a China impulsione ainda mais os resultados positivos do setor.


