Rumores de retração nas compras da china marcam o fim da semana

O mercado do boi gordo encerrou a semana com um cenário de negócios instável, marcado por especulações sobre possíveis mudanças nas relações comerciais entre Brasil e China. As preocupações surgiram em meio a informações de reuniões na China envolvendo representantes da agroindústria brasileira, motivadas pela detecção de Fluazuron acima dos níveis permitidos em alguns lotes de carne bovina exportados pelo Brasil.
Essa situação gerou incertezas no mercado futuro, com projeções de queda nos preços. Segundo análises, a possibilidade de uma retração nas compras por parte da China no curto prazo influenciou a precificação de movimentos de baixa nos preços futuros do boi gordo.
Além disso, o mercado acompanha de perto o andamento de uma investigação iniciada pela China em dezembro de 2024, que visa avaliar se as importações de carne bovina do Brasil estariam causando prejuízos à indústria local. A conclusão dessa investigação poderá ter um impacto significativo sobre as exportações brasileiras de carne bovina. Diante desse panorama, diversos frigoríficos optaram por reduzir ou até mesmo suspender a compra de gado.
Apesar das turbulências, o balanço semanal indica uma valorização dos preços do boi gordo. No mercado a prazo, os preços nas principais praças do país apresentaram as seguintes variações: Em São Paulo, a arroba atingiu R$ 330,00, representando um aumento de 1,24% em relação à semana anterior. Em Goiás, o preço se manteve estável em R$ 315,00 por arroba. Minas Gerais registrou R$ 310,00 por arroba, enquanto Mato Grosso do Sul alcançou R$ 330,00. No Mato Grosso, a arroba foi cotada a R$ 310,00, com alta de 1,64%, e Rondônia registrou R$ 295,00 por arroba, com um aumento de 1,72%.
No mercado atacadista, a tendência de alta também se fez presente, refletindo a firmeza nos preços. A perspectiva é de que esse movimento continue, impulsionado pelo aumento do consumo doméstico, especialmente com a proximidade do pagamento do décimo terceiro salário, das confraternizações de final de ano e da criação de empregos temporários.
O quarto traseiro do boi foi cotado a R$ 25,00 o quilo, sem alterações, enquanto o quarto dianteiro apresentou um avanço de 3,02%, atingindo R$ 18,75 o quilo.
No cenário das exportações, o Brasil arrecadou US$ 1,775 bilhão com a venda de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada em outubro (22 dias úteis), resultando em uma média diária de US$ 80,706 milhões. O volume total exportado alcançou 320,558 mil toneladas, com uma média diária de 14,570 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.538,90.
Em comparação com outubro de 2023, houve um aumento de 40,9% no valor médio diário, um ganho de 18,6% na quantidade média diária e um avanço de 18,8% no preço médio, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior.


