Saresp sob ataque: gestão Feder questionada em São Paulo
Uma reviravolta na política educacional de São Paulo tem gerado debates acalorados. O Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp), ferramenta tradicionalmente utilizada para medir o desempenho dos alunos e das escolas, enfrenta um momento de incerteza sob a atual gestão.
Embora o governo paulista aparentemente desmonte a estrutura do Saresp, os dados gerados pela avaliação estadual continuam sendo empregados, de forma seletiva, para avaliar e, em alguns casos, penalizar diretores de escolas. A prática levanta questionamentos sobre a real intenção por trás da utilização dos resultados.
A aparente contradição entre a desvalorização do sistema de avaliação e o uso estratégico de seus dados para fins administrativos sugere uma possível mudança de foco. A discussão central não gira mais em torno da crença no potencial das avaliações em larga escala para solucionar os desafios da educação, mas sim sobre a possível manipulação dos indicadores em benefício de interesses políticos.
A preocupação reside na possibilidade de que os resultados do Saresp, outrora vistos como um diagnóstico do sistema educacional, estejam sendo distorcidos para criar narrativas favoráveis ou desfavoráveis a determinados grupos. A validade e a imparcialidade da avaliação, portanto, são colocadas em xeque.
Especialistas em educação alertam para os riscos de se utilizar avaliações de desempenho como instrumento de punição ou recompensa, especialmente quando há indícios de manipulação dos dados. Essa prática pode gerar um ambiente de competição nocivo entre as escolas, além de desviar o foco do objetivo principal, que é a melhoria da qualidade do ensino.
O futuro do Saresp e seu papel na educação paulista permanecem incertos. A comunidade educacional aguarda um posicionamento claro do governo sobre a importância da avaliação e as medidas que serão tomadas para garantir a transparência e a integridade do sistema. A controvérsia reacende o debate sobre o uso de dados educacionais e a necessidade de um olhar crítico sobre as políticas de avaliação.




