Sede da embrapa em belém exibe inovações agrícolas na cop30
BELÉM (PA) – A AgriZone, espaço da Embrapa na COP30, transforma-se em um palco de inovações, demonstrando a urgência de se investir em soluções para a agricultura tropical, especialmente no bioma amazônico. O local, que servirá como legado para a população de Belém, apresenta tecnologias e projetos que visam a sustentabilidade e a adaptação às mudanças climáticas.
Com 40 hectares, a AgriZone foi especialmente construída para sediar a programação da Embrapa durante a Conferência do Clima, oferecendo painéis de discussão e debates. O espaço está situado na entrada da sede da Embrapa Amazônia Oriental, uma área de mais de 3 mil hectares. Criado em 1975, o centro de pesquisa é uma das 42 unidades da Embrapa no Brasil.
A AgriZone expõe uma variedade de vitrines sustentáveis, com destaque para o Meliponário Iratama, onde abelhas nativas sem ferrão são criadas para a produção de mel sustentável. O projeto demonstra a importância da preservação de matas próximas às lavouras para a manutenção de polinizadores. Segundo Joice Nunes Ferreira, pesquisadora da Embrapa Amazônia Oriental, estudos mostram o impacto positivo das florestas na produtividade de culturas como o açaí.
Outra atração é o Laboratórios de Frutíferas (LABFRUTI), que se dedica à pesquisa de temas como a superação da dormência em sementes e ao melhoramento genético de espécies, visando a adaptação às diferentes regiões do país.
A Fazenda Álvaro Adolpho, referência em sistemas integrados e agricultura sustentável, exibe protocolos de baixo carbono em culturas como soja, trigo, milho e sorgo, além de produção de carne e leite e o uso de bioinsumos. A estrutura conta com 14 laboratórios, 15 bancos de germoplasma, oito campos experimentais e seis Núcleos de Apoio à Transferência de Tecnologia (NAPT). A fazenda também possui unidades de pesquisa animal voltadas à redução de emissões na pecuária, uma estação de piscicultura e projetos de integração lavoura-floresta.
O Núcleo de Responsabilidade Socioambiental, dedicado à agricultura familiar, apresenta inovações como cultivares de arroz sem inundação e sem emissão de metano. O Sisteminha Embrapa, um conjunto de tecnologias para a produção de alimentos em ambientes urbanos, garante a segurança alimentar através de tanques de peixes, frango de postura, compostagem, minhocário e produção vegetal.
Um dos destaques é a Capoeira do Black, uma área de 8,5 hectares de mata nativa regenerada desde 1940, que abriga uma diversidade de espécies vegetais superior à encontrada em toda a Inglaterra.
Visitantes ilustres, como o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, elogiaram a AgriZone, descrevendo-a como “sensacional” e um exemplo do modelo de agricultura tropical brasileiro. A rainha da Dinamarca, Mary Donaldson, também visitou o local, conhecendo o Sisteminha, o meliponário e o projeto Capoeira Black. O diretor-geral da FAO e comitivas de empresários japoneses e da Fundação Gates também marcaram presença.
Apesar do reconhecimento, a pesquisadora Joice Nunes Ferreira ressalta a necessidade de mais recursos financeiros para a Embrapa, alertando para a situação após o término dos recursos da linha Pró-Amazônia do CNPq.



