Startup amazônica lança perfumes funcionais inovadores com insumos da floresta

Inspirada nos saberes ancestrais dos povos da Amazônia, a startup Amazon Cure lançou uma linha inovadora de perfumes funcionais. Os produtos, elaborados com insumos nativos da região, nasceram no laboratório da empresa, situado na Oka Hub, incubadora e aceleradora do Sebrae em Belterra, Pará. A iniciativa da incubadora apoia pequenos negócios ligados à bioeconomia amazônica, impulsionando o desenvolvimento sustentável.
A linha de perfumes funcionais, parte da marca Terra Preta Biocosméticos, foi desenvolvida pelo professor e doutor em farmacologia botânica José Carlos Tavares, CPO da Amazon Cure. A proposta introduz um conceito de perfumaria que vai além do aroma. “É algo totalmente inovador, uma nova visão da perfumaria porque além do aroma extremamente agradável, o perfume tem efeito adaptógeno que proporciona o bem-estar nas pessoas”, explica o professor.
O desenvolvimento dos perfumes funcionais demandou aproximadamente dois anos de estudos intensivos, complementados por quase uma década de pesquisa sobre as propriedades de essências e óleos voláteis no corpo humano. O professor Tavares enfatiza que o foco não é a aromaterapia, mas sim os efeitos benéficos dos óleos voláteis de bioativos amazônicos em contato direto com a pele.
O grande diferencial dos produtos reside na consideração dos efeitos farmacológicos desses óleos voláteis. Segundo Tavares, não se trata apenas da mistura de essências com um cheiro agradável, prática comum na indústria tradicional de perfumaria. Recentemente, o professor foi reconhecido como um dos 2% dos cientistas mais influentes do mundo pela Top Researchers List 2025 da Universidade de Stanford.
A linha de perfumes funcionais foi lançada com duas fragrâncias: Karú, para o público masculino, e Iahara, para o feminino. A Amazon Cure descreve a linha como um convite ao autoconhecimento, unindo ciência e sabedoria ancestral. Os nomes, de origem tupi-guarani, evocam estados de paz e harmonia com a natureza.
De acordo com a Amazon Cure, a fragrância feminina pode ser utilizada para aliviar o mal-estar durante o período menstrual e enxaquecas. A versão masculina pode auxiliar na regulação do estresse e na atenuação de comportamentos agressivos.
A conexão da Amazon Cure com o Museu de Ciência da Amazônia, onde está localizada a incubadora Oka Hub, foi estabelecida por meio do projeto do Bioma Amazônico do Sebrae na região do Baixo Amazonas. No laboratório de P&D da startup, o foco é gerar produtos de alta tecnologia com valor agregado, utilizando insumos naturais da floresta.
O analista de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional, Thyago Gatto, destaca que as dez empresas incubadas na Oka Hub terão acesso a toda a infraestrutura do laboratório. Essas empresas atuam em segmentos como fármacos, cosméticos, nutracêuticos e superalimentos.
Juntamente com o Sebrae, a Amazon Cure está conduzindo um estudo de impacto sobre as comunidades locais. O professor Tavares considera que um dos maiores desafios será preparar os pequenos produtores amazônicos para se tornarem fornecedores das matérias-primas necessárias.
A startup também selecionou jovens estudantes universitários para participar do desenvolvimento de produtos, demonstrando seu compromisso com a capacitação e a inovação. A marca Terra Preta Biocosméticos planeja lançar em breve novos produtos com características funcionais, elaborados com bioativos amazônicos.
Fonte: agenciasebrae.com.br

