Startups lideram avanços em baterias, agricultura genética e nuclear
Três startups investem em baterias de sódio, culturas geneticamente editadas e reatores nucleares para impulsionar energia limpa e sustentabilidade.

Três startups líderes em tecnologia climática estão revolucionando o setor de energia limpa com soluções inovadoras que vão de baterias de sódio a culturas geneticamente editadas e reatores nucleares avançados. Mesmo diante de desafios no financiamento de risco, essas empresas mostram como a inovação pode enfrentar as mudanças climáticas com abordagens variadas e promissoras.
A HiNa Battery Technology, de Pequim, está à frente na comercialização de baterias de íon de sódio, oferecendo uma alternativa sustentável ao lítio. Suas baterias, produzidas em massa, incluem modelos voltados para caminhões pesados, capazes de carregar completamente em apenas 20 minutos.
Fundada em 2017 por Chen Liquan, conhecido como “o pai das baterias de lítio chinesas”, a HiNa utiliza sódio, um elemento 400 vezes mais abundante que o lítio, extraído da água do mar ou de depósitos de sal. Já instaladas em projetos comerciais na China, suas baterias ajudam a reduzir cerca de 13.000 toneladas de CO₂ por ano em Hubei. Apesar de atualmente custarem 60% a mais que o lítio, os custos podem cair drasticamente com produção em larga escala, atraindo atenção de gigantes como CATL e BYD.
No campo agrícola, a Pairwise, da Carolina do Norte, aposta na edição genética CRISPR para criar culturas resilientes às condições climáticas extremas. Fundada por Feng Zhang, do MIT, e David Liu, de Harvard, a startup já lançou produtos comerciais, como uma folha de mostarda menos amarga, e trabalha em variedades de milho, amora-preta e outras plantas robustas contra ventos e temperaturas altas.
A empresa expandiu parcerias estratégicas com a Mars, a Fundação Gates, Bayer e Corteva, visando melhorar a produtividade e resistência de culturas em regiões afetadas pelas mudanças climáticas, como o cacau na África Ocidental e inhames na Nigéria. Até o momento, a Pairwise arrecadou US$ 155 milhões em financiamentos.
Na área de energia nuclear, a Kairos Power, da Califórnia, avança no desenvolvimento de reatores modulares menores e mais seguros, usando sal fluoreto fundido como refrigerante. O reator Hermes, em Oak Ridge, Tennessee, atingiu recentemente a primeira etapa de construção de concreto estrutural. A empresa firmou contratos comerciais com o Google, garantindo fornecimento de até 500 MW até 2035.
O Hermes 2, de 50 MW, deve entrar em operação em 2030, abastecendo data centers no Tennessee e Alabama. A Kairos enfrenta desafios com o suprimento de urânio, mas continua expandindo a construção de reatores de teste para acelerar os cronogramas.
Essas iniciativas mostram que tecnologia, inovação e sustentabilidade podem caminhar juntas, oferecendo alternativas reais para reduzir emissões e fortalecer a produção agrícola e energética diante das mudanças climáticas globais.