Suplementação pré-natal ligada à redução do risco de autismo em bebês

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Um estudo abrangente realizado por pesquisadores da Universidade Curtin, em colaboração com especialistas da Etiópia, revela uma forte associação entre a ingestão de suplementos pré-natais, especificamente ácido fólico e multivitamínicos, e uma diminuição significativa no risco de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em crianças. A análise de dados sugere que essa suplementação pode reduzir o risco de TEA em até 30%.

O estudo consolidou informações de diversas revisões sistemáticas e meta-análises, abrangendo um total de mais de três milhões de participantes. A pesquisa se concentrou em investigar o impacto da suplementação materna durante a gravidez no desenvolvimento neurológico dos filhos.

O TEA, uma condição que afeta aproximadamente 1% da população infantil mundial, impacta a interação social, a comunicação e o comportamento. Indivíduos com TEA podem apresentar outras condições coexistentes, como ansiedade, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), distúrbios do sono e epilepsia.

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A nutrição materna durante o período pré-natal é reconhecida como um dos fatores ambientais modificáveis mais importantes que influenciam o desenvolvimento neurológico do feto.

A revisão, publicada na revista PLOS One, analisou oito revisões sistemáticas que investigaram a relação entre o uso de ácido fólico e multivitamínicos por gestantes e o risco de TEA. Embora estudos anteriores tenham apresentado resultados variados, a maioria apontou para uma ligação entre o uso desses suplementos e um menor risco de TEA.

A análise geral revelou uma redução média de 30% no risco de TEA em filhos de mães que consumiram ácido fólico ou multivitamínicos durante o período pré-natal. Subanálises indicaram que os multivitamínicos estavam associados a uma redução de 34% no risco, enquanto o ácido fólico isolado apresentou uma redução de 30%. Os resultados permaneceram consistentes mesmo quando cada revisão foi removida individualmente da análise.

Os autores do estudo classificam as evidências como “altamente sugestivas” de um efeito protetor dos suplementos no desenvolvimento cerebral do feto. O ácido fólico desempenha um papel crucial na formação do tubo neural e na regulação epigenética, enquanto os multivitamínicos contribuem para o equilíbrio imunológico e o metabolismo de neurotransmissores.

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Os pesquisadores enfatizam a importância desses achados, sugerindo que as mulheres considerem a suplementação com ácido fólico e multivitamínicos antes da concepção e durante os primeiros estágios da gravidez, como medida preventiva.

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